A Codemge contratará empresa para realizar “Investigação Confirmatória” de contaminação do solo por efluentes de indústrias em Araguari. A área está no Distrito Industrial e recebeu despejos industriais não tratados por 33 anos, até 2016. Afeta a cabeceira de um córrego. A “IC” foi imposta pela Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam). A sessão pública (“licitação do modo de disputa fechado presencial”) que indicará a empresa vencedora será dia 10 de outubro.
O DI de Araguari foi criado em 1981/82, pela extinta Companhia de Distritos Industriais (CDI). A Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) foi instalada em 2016. “Até então, todos os efluentes gerados eram lançados em área verde do mesmo (do DI), inserida na cabeceira do Córrego Lagoa Seca, temporariamente alagada em certos períodos do ano”, descreve o processo licitatório.
A Codemge (Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais), criada a partir de cisão de ativos da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), assumiu a gestão dos DIs existentes no Estado. A área suspeita de contaminação cobre 11 hectares.
A empresa vencedora da licitação seguirá padrão da NBR 15515-2, de 2011, que dá a seguinte orientação: “… a investigação confirmatória é a etapa do processo de identificação de áreas contaminadas que tem por objeto principal confirmar ou não a existência de substâncias de origem antrópica nas áreas suspeitas, no solo ou nas águas subterrâneas, em concentrações acima dos valores de investigação” (sic).
O Edital chama atenção em um aspecto: tem de 61 páginas e não trás uma só linha para o fato de a região estar sobre o maior reservatório subterrâneo de água doce da América do Sul, o Aquífero Guarani. Esse reservatório se expande sobre enormes áreas da Argentina, Uruguai, Paraguai, estados do Sul, São Paulo, o bico da macrorregião do Triângulo Mineiro e do Centro-Oeste, até o Araguaia.
Além de inúmeros procedimentos de levantamento de amostragens do solo e água para metais pesados, nas “Informações de Base”, consta que os consultores deverão levantar “dados ambientais sobre a geologia, pedologia, hidrogeologia, hidrologia, geomorfologia, meteorologia, topografia (planta planialtimétrica) entre outros da região de interesse”. Isso para compor o quadro com as “características do fluxo das águas nas zonas não saturada e saturada”. Com esses dados, completa, será possível “definir os meios pelos quais os prováveis contaminantes irão se propagar”.
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