Economia

Commodities atravessam caminhos das fraudes

O relatório de análise setorial do Banco BTG Pactual, do 1T24, sobre safras das commodities agrícolas brasileiras (excluído café) foi um xodozinho ao longo de 2024. Áreas que fazem apelos de combate à fome nadaram de braçada. Todas as referências trataram como se fosse novidade a expressão que o Brasil é o “celeiro do mundo”, ou seja, se o velho jargão político tivesse recém-saído do forno do BTG.

Todavia, merece alguma reflexão o desdobramento do pescado ofertado pelo BTG, ao pontuar o salto de trampolim das safras de 1977 para 2023. Foi um voo exponencial: de 47 milhões de toneladas para 312 milhões de toneladas. Ênfase à expansão de 2000-2024, de 58%, frente 37% no bloco dos chamados países emergentes e, nas economias adiantadas, 32%.

Os dados são conhecidos em variadas fontes convergentes (IBGE, Conab, FGV etc.). Mas o BTG, entretanto, sacou uma pérola, a de que a lavoura do Brasil tem potencial para alimentar “aproximadamente 900 milhões” de bocas pelo mundo. Isso, portanto, equivaleria a 11% da população do planeta.

BTG, para dar liga ao seu peixe, associou o ranking de itens da lavoura e pecuária na balança comercial à participação no comercio internacional:

  • 1º soja: 56%;
  • 2º milho: 31%;
  • 3º café: 27%;
  • 4º açúcar: 44%
  • 5º suco de laranja: 76%;
  • 6º carne bovina: 24%;
  • 7º carne de frango: 33%.

Fraude e desvios das commodities

As diversas caronas proporcionadas pelo BTG ganharam fôlego e atravessaram para 2025. Uma delas, por exemplo, buscou suporte em estudo, também de 2024, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP). A Esalq apontou perdas de R$ 5 bilhões do pacote danoso que associa adulteração e desvios de cargas. Isso respinga na “reputação” do país no mercado das commodities.

Essa rebarba na Esalq/USP fez puxadinho no tema da “rastreabilidade” das commodities.

A Bindflow, empresa do segmento de tecnologia e inovação, garante que é possível solucionar desacordos relevantes. Entre estes, de classificação, alteração de peso, roubo de carga, adulteração de produto, adição de misturas como cascas, pedra e até areia.

“Desde a sua origem, onde o produto é certificado, até a entrega ao destinatário, a carga pode passar por caminhões, armazéns e ainda ser usado com moeda de troca. Ou seja, são muitos caminhos e possibilidades de desvios, má-fé ou, mesmo, erro humano”, adverte o consultor da Bindflow, Roland Klein, em nota da assessoria.

Klein, também especialista em logística, sugere a incorporação na cadeia de exportação de “tecnologias exclusivas”, ou seja, adaptações deixam furos. Só assim, aposta, será possível realizar o tracking logístico (rastreamento do embarque até o destino) eficiente de ponta a ponta.

Localização em tempo real da carga

O Grupo Bindflow, via BindTrack, está no mercado com o Btrack, sistema de monitoramento em tempo real. Klein diz que rastreamento das mercadorias e gestão de pátio se dá com base na Internet das Coisas (IoT). Essa opção opera, portanto, malha de dispositivos facilitadora da comunicação entre os aplicativos e a nuvem.

O produto BTrack, diz o representante, funcionaria via antenas e tags. Estes, salienta a nota da assessoria, “emitem uma frequência em tempo real que mostra a localização exata da carga”.

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Nairo Alméri

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