Economia

CVM se apressa contra Vale; outra furada

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a “xerife” do mercado de ações, não aprende com as próprias pauladas que leva. O impulso de querer emparedar, sempre, as companhias abertas virou expediente vexaminoso na autarquia. Foi assim, por exemplo, em casos como Embraer (aviação) e Grupo Mateus (rede de varejo), relatados por este site recentemente.

O papel de agência reguladora do mercado da CVM tropeça, com frequência, em equívocos do noticiário, principalmente quando envolve interpretação de matérias no campo do Direito. E, portanto, é comum a CVM entregar as mãos à palmatória ao expedir notificações fundadas apenas nas notícias.

Em mais uma investida contra a mineradora Vale S.A., a autarquia embarcou em noticiário de eventual decisão judicial de bloqueio de R$ 10,34 bilhões. Essa interdição bancária atingiria também a australiana BHP Billiton, sócia (50%/50%) no capital da Samarco Mineração. O pedido foi coletivo: Governo do Espírito Santo, MPF, MPE de MG e ES e Defensorias Públicas a União e do ES.

A notícia, no jornal Valor Econômico, remonta ações dentro de Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (“TTAC”), de março de 2016. Trata, portanto, compromissos em Minas Gerais e Espírito Santo de indenizações e reparos por conta da tragédia do rompimento da barragem Fundão. A barragem de rejeitos de minério de ferro, na Mina Germano, da Samarco, em Mariana (MG), se rompeu em 05 de novembro de 2015. A tragédia, causou a morte de 19 pessoas, em Marina. Além disso, destruições patrimoniais e ambientais até o litoral capixaba.

Três anos e dois meses, em 25 de janeiro de 2019, depois, veio a tragédia (270 mortos), com rompimento de barragem na Mina Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho. Relembre em: Jungmann usa chavão da Vale para Brumadinho.

Vale mostra que CVM avançou o sinal

Pois bem, a CVM cobrou da Vale explicações para ausência de comunicado de Fato Relevante ao pedido de bloqueio em sua conta e da BHP.

A companhia respondeu que a notícia considera pedido de avaliações do “Comitê Interfederativo” (autoridades públicas federais e estaduais de MG e ES), sobre inclusão de mais áreas, supostamente atingidas na tragédia. Mas, que teria sido contestado por ela e a Fundação Renova, o ente gestor dos recursos e executor das indenizações e ações de reparos de danos.

Além disso, a Vale complementa que “ainda não houve decisão judicial sobre pedidos de revisão desta deliberação do CIF”. Leia AQUI, na íntegra, os teores do questionamento da CVM e da resposta da Vale.

Nairo Alméri

Posts Relacionados

ArcelorMittal fora da Bósnia

Segunda maior produtora mundial de aços, a ArcelorMittal finalizou a venda de suas posições de…

2 dias atrás

Boulos, ministro da agitação

A entrada do deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) no Governo Lula, à frente da Secretaria-Geral da…

5 dias atrás

Direita busca sobrevida eleitoral em cima da insegurança

Após a desastrosa operação do governador Cláudio Castro (RJ), com mais de 100 mortos, governadores…

6 dias atrás

Kassab rifa Pacheco e lança Simões ao governo pelo PSD

As principais lideranças (nacionais) do PSD mineiro – senador Rodrigo Pacheco e o ministro das…

1 semana atrás

Oposição precisa só de 4 votos para salvar a Copasa

O quórum mínimo qualificado de 48 votos para aprovar o fim do referendo é o…

2 semanas atrás

Pacheco manteve Lula senhor do STF

A busca de compensação pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) junto ao presidente Luiz Inácio Lula…

2 semanas atrás

Thank you for trying AMP!

We have no ad to show to you!