Agentes da Polícia Federal pelas ruas das capitais fez parte do cotidiano do país nas investigações da Operação Lava Jato - Crédito: Polícia Federal Agência Brasil /2017
O ministro Dias Toffoli (José Antônio Dias Toffoli), do Supremo Tribunal Federal (STF) contou (10/12) uma semana do favorzinho, a blindagem, ao Banco Master. Ele impôs silêncio de Estado nas investigações dos ilícitos financeiros e no mundo político do Master.
Desde 03/12, então, somente Toffoli autoriza o quê e quando a opinião pública conhecerá dos podres do banco e seu dono, o mineiro Daniel Vorcaro. O Banco Central (BC) e Polícia Federal (PF) estão sob censura extrema.
A medida de Toffoli agradou cúpulas no Executivo, Legislativo e Judiciário. Tem, porém, argumento pífio e recorrente: suposta citação do deputado federal João Carlos Bacelar (PL-BA).
O ministro é relator de recurso do Master ao STF.
Entretanto, caiu um esteio que emprestava força à medida monocrática de Toffoli.
A blindagem aos ministros da Suprema Corte, baixada também em 03/12, foi retirada ontem pelo autor, Gilmar Mendes. Este determinava que somente a Procuradoria-Geral da República (PGR) poderia requerer o impeachment dos ministros.
Ao dar proteção máxima aos envolvidos no escândalo do Master, Toffoli acabou, todavia, criando um feitiço contra ele próprio.
Na cauda da superproteção a Vorcaro, surgiram fatos cabeludos. Puxou, por exemplo, o voo para Lima (Peru), em jatinho de empresário. Pior: teve a companhia de advogado do Master.
De quebra, revelação sobre atividades da mulher do ministro Alexandre de Moraes. O Master é cliente do escritório da advogada Viviani Barci de Moraes.
Xandão, como é chamado Moares, ocupa cadeira de relator dos processos da “trama golpista”. Com a votação favorável dos colegas do Supremo, mandou para cadeia o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ), principal adversário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) em 2022.
No day after aos casos do voo e da mulher de Moares, o presidente da Corte, Edson Fachin, reagiu. Anunciou, enfim, que pretende baixar código de conduta para os ministros do STF. Ou seja, puxar rédeas dos integrantes da Corte.
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Para afastar os holofotes indesejáveis, Toffoli resolveu entrar no clima das eleições presidenciais, em 2026. Lula está em campanha pela reeleição desde a posse, 1º/01/2023
O ministro determinou à PF revirar arquivos da Operação Lava Jato, na 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba. Quer sobre a sua mesa um punhado de documentos gerados pelo Ministério Público Federal (MPF) e a PF.
Lava Jato levantou a maior engenharia de corrupção política do país. O Partido dos Trabalhadores (PT) comandou. A corrupção envolvia cúpula nacional do PT.
Nessa remexida, Toffoli poderá desagradar a Lula, seu padrinho na condução ao STF, em 2009. Veja AQUI a trajetória do ministro pela CUT, PT, Planalto e STF.
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Por conta da Lava Jato, Lula foi para cadeia, em Curitiba (PR). Também estiveram presos, em outros locais, deputados, ex-ministros, ex-executivos de estatais e os maiores empreiteiros do país
O petista era o presidente da República à época das duas maiores tramas de desvios nos cofres públicos e de estatais. Anterior à Lava Jato (começou em 2013, mas puxou casos de muito antes), teve o Mensalão do PT. Os dois casos comandados na cúpula do PT.
Depois de solto (2019), durante a campanha de 2022 e da posse (1º de janeiro de 2023) até hoje, Lula engavetou a palavra “corrupção”. Aboliu também do dicionário do Palácio do Planalto.
O tema é indigesto para discurso em palanque do PT.
O petista, inclusive, dedicou todo empenho na sequência ao desmonte da Lava Jato herdado de Bolsonaro.
Esse sepultamento, entretanto, começou no STF. Lideraram Fachin, Gilmar, Toffoli, Ricardo Lewandowski (atual ministro da Justiça).
Procuradores do MPF e agentes da PF levantaram o escândalo da Lava Jato a partir de outra investigação. Monitoravam quadrilhas de lavagem de dólares e câmbios fictícios, em 2013.
Até abril de 2022, a Lava Jato proporcionou à União e estatais recuperação R$ 24,5 bilhões (Fonte: MPF-Paraná). Isso graças às investigações, delações premiadas, processos e julgamentos.
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