FOTO QUE FALA - Em 16 de setembro, Lula recebeu no Planalto os ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes do STF. Foram entregar ao Planalto o convite para suas posses (30/09), respectivamente, na Presidência e vice da Corte. Para a recepção, o petista convocou ao gabinete o chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, o "Bessias" (1º à esquerda), e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski (ex-STF). Lula postou a foto (acima) em sua "Conta Oficial", no "X" (antigo Twitter). O ADR repostou -Crédito: Ricardo Stuckert/Agência Brasil
O senador David Samuel Alcolumbre Tobelem (União-AP) ocupa a cadeira da Presidência do Senado e do Congresso pela segunda vez. Na primeira (2019), chegou com apoio “ferrenho” do então presidente Jair Messias Bolsonaro (PL-RJ), capitão da reserva do Exército. O então chefe do Planalto ordenou o voto da bancada evangélica.
Alcolumbre, de ascendência marroquina, judeu e comerciante, retornou (2025) ao posto com rebarbas do bolsonarismo. Teve, claro, apoio de peso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP), ex-sindicalista e cofundador do PT, em 1980.
Terceiro na hierarquia da Presidência da República (esteve lá por dois dias, outubro de 2019), O senador do extremo Norte, ajudou Lula na pior fase desta rejeição pela opinião pública, no 1º semestre de 2025.
Diante de um Lula em baixa, Alcolumbre soube amarrar as pautas do Executivo numa troca: fragilização do Ministério do Meio Ambiente na proteção da Amazônia. Assim, conseguiu avançar com a Petrobras na exploração de Petróleo na Amazônia Equatorial, na costa do Amapá.
Lula atendeu.
Alcolumbre ainda não governou o seu Estado.
Alcolumbre contraiu, porém, uma fatura extra: fazer de conta que apoia o nome do senador Rodrigo Otavio Soares Pacheco (PSD-MG) para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Pacheco, por sua vez, tem papagaios no caixa do petista. O principal veio no apoio do PT à sua reeleição para presidência do Senado. O mineiro, todavia, pagou parte do débito antes mesmo da posse de Lula, em 2022. Foi com a descaracterização da Lei de Responsabilidade das Estatais. Assim, o petista pode nomear políticos nos comandos do BNDES e Petrobras.
Na primeira eleição (2019) para comandar o Congresso, em sucessão ao Alcolumbre, Pacheco recebeu empenho de Bolsonaro.
O senador do AP sucedeu (2025) Pacheco. Também não dispensou o braço do bolsonarismo.
O mineiro saberá, claro, permanecer calado.
Lula ainda precisa criar mais musculatura diante alas do próprio PT. Algumas resistem à sua eventual corrida à reeleição, em 2026. E este é o seu maior projeto e obsessão desde a posse, em 1º/01/2023.
Daí o vale-tudo religioso do petista e as surfadas em imagens oficiais da Agência Brasil (do Ricardo Stuckert). Ora reza com evangélicos, ora se benze diante da imagem de Cristo crucificado.
O dirigente do PT joga no vazio deixado por Bolsonaro. Condenado como líder da “trama golpista” de dezembro de 2022, o ex-presidente perdeu forças. Encara desobediências nos meios evangélico e bolsonarista (evangélicos ou não).
Parte expressiva da influência que Bolsonaro construiu bandeou encantada pela caneta franciscana (“é dando que se recebe”) de Lula.
O candidato de Lula para ocupar a cadeira que vagará no STF, na saída do ministro Luís Roberto Barroso, não uma é escolha pessoal dele. É das fileiras do PT. O atual advogado-geral República (AGU), Jorge Rodrigo Araújo Messias, navega mais citado e reverenciado, no momento, pelo partido.
Barroso poderia permanecer até 2033, momento da aposentadoria compulsória, aos 75 anos. Mas decidiu antecipar.
Por ser evangélico do PT, Jorge Messias preenche dois propósitos na mesa de Lula, um autodeclarado católico praticante.
“Bessias” aparece como personagem em tentativa (2016), da então presidente Dilma Rousseff (PT-RS), de blindar Lula. Era, então, o auge da Operação Lava Jato. O petista figurava como principal investigado por corrupção em seu governo. Acabou processado, julgado, condenado e preso (2018).
O atual chefe da ADR ganhou fama como o “Bessias” por conta da forma como Dilma pronunciou seu nome em gravação revelada pela Policia Federal.
Messias foi procurador da Fazenda Nacional (2007) no Governo Lula 2. Com Dilma, ocupou a subchefe para Assuntos Jurídicos (SAJ) da Presidência. Nessa função é que levaria a Lula um “aceite” (um termo de posse), para virar ministro da Casa Civil. Com isso, estaria “blindado” em situação de beco sem saída na Justiça comum.
Com “Bessias”, portanto, Lula, neste 2025, agrada aos petistas mais radicais e, em contrapartida, avança na meta da atração de votos evangélicos, onde a sua rejeição é alta. Além disso, o chefe da AGR foi bem na sustentação do discurso populista de Lula no embate com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Em 2016, o ministro Gilmar Mendes, hoje aliado incondicional de Lula no STF, vetou a jogada de Dilma. Até dias atrás, no entanto, Gilmar declarava de apoio a Pacheco.
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