Governador Romeu Zema garantiu, na segunda-feira (9/9), que repetirá em Minas Gerais, contra a crise financeira, o sucesso do Plano Real no combate à inflação descontrolada. Estimou que Minas, “talvez, seja o estado com maiores dificuldades entre todos os estados da federação”. A aposta do governador foi em seu pronunciamento na abertura da Expominas 2019 – Expo & Congresso Brasileiro de Mineração. Ele foi ouvido por plateia de cerca de 1 mil pessoas entre autoridades federais e estaduais, empresários e executivos de mineração e técnicos e representantes de 29 países.
Os salários do funcionalismo estão em atraso, o Estado tem endividamento de R$ 35 bilhões e começará 2020 com rombo no orçamento de R$ 49,677 bilhões. A conta soma o déficit de R$ 11,3 bilhões no orçamento mais o buraco transferido de 2019, de R$ 34,5 bilhões [VEJA AQUI]. A contabilidade nominal da crise fica mais tenebrosa trazido à luz o estoque da Dívida Ativa do Estado de R$ 58,6 bilhões (em 04/09/2019).
“Não estamos mais caminhando rumo ao abismo em que o Estado estava até o ano passado”, avalia Zema. No seu otimismo entram “alguns avanços expressivos”. Pontuou que, nos sete meses de governo, o Estado gerou mais de 90 mil vagas com carteira assinada. Nesse quesito, Minas só perdeu para São Paulo, em “números absolutos”. Mas que teria liderado em “números proporcionais”.
Uma das apostas de Zema, para repetir o feito do Plano Real, está no conjunto de medidas dentro de lei que encaminhará à Assembleia Legislativa. “(Elas) Permitirão que Minas volte a ter o equilíbrio (nas contas) tão desejado. E se não conseguirmos por bem, vamos conseguir por …”.
Zema retomou as críticas ao espólio herdado de Fernando Pimentel (PT), como o parcelamento dos salários do funcionalismo, que duram três anos e oito meses. “Eu quero acabar com isso. Mas sozinho não consigo”, disse, num claro apelo por apoio da inciativa privada, sua origem. Ilustrou assim suas ações pelas reduções dos gastos: “(Em) Tudo o que é possível economizar, da mesma maneira que se faz em uma empresa privada, dentro dos limites legais, nós temos feito”.
Embora calouro na política, o governador teve o cuidado de não fazer um discurso em carreira solo. Abriu o seu leque sob o guarda-chuva federativo. “(…) Em 1994, o Plano Real enterrou a inflação. Tenho certeza de que estes governos federal e estadual vão conseguir colocar a economia no lugar”. E jogou flores a empresários e executivos presentes: “Temos nos tornado um Estado amigo de quem investe, trabalha e gera empregos”.
O desafio assumido pelo governador foi ouvido pelo ministro das Minas e Energia, almirante Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Júnior. Ao seu lado, estavam também os presidentes do Conselho do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Wilson Nélio Brumer, diretor-presidente do Ibram, Flávio Penido, e da Federação das Indústrias do Estado de Minas gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, entre outras personalidades públicas e do empresariado.
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