O Governo Federal convocou acionistas (ele próprio) da Eletrobras Participações – Eletropar, para Assembleia Geral Ordinária (AGO), no dia 29/04. O manual de procedimentos da Assembleia, em que está inserida a convocação, reflete, porém, o descaso do presidente Jair Bolsonaro até em estatais de capital misto, com ações em Bolsa de Valores.
É, portanto, mais uma fotografia daquilo que Bolsonaro tanto prima: quebra de ritos nas empresas abertas, com interferências e desmandos. Ou seja, gestão de qualquer jeito, sem se importar com a bagunça. Por exemplo, a Petrobras, onde praticamente rasgou o Estatuto Social – casos dos presidentes.
Mas, de volta à Eletropar, subsidiária da Centrais Elétricas Brasileira (Eletrobras), constituída em 1996. Esperava-se que o Conselho de Administração corrigisse erros em pontos importantes tratados no manual, datado de 29/03. Entretanto, nada disso.
O manual (“Proposta da Administração para Assembleia Geral Ordinária…”) reapresentado à B3, nesta quinta (14/04), preserva, portanto, mesmo rosário lamentável de antes. Ou seja, seguiu contrariando em tudo a cultura das S/A quanto à precisão das informações em Fatos Relevantes e Comunicados aos Acionistas e Mercado.
De 38 páginas, as instruções da Eletropar continuaram, então, brindando investidores e acionistas com um leque de absurdos. A parte da Proposta da Administração, assinada pelo presidente da Eletropar, Raul Balbi Solero, datada de 29/03, atropela aritmética. E justamente na abordagem à rubrica mais relevante em um balanço patrimonial: lucro líquido.
Bolsonaro colocou na estatal pessoal que permite a publicação disso: “O lucro líquido do exercício reduziu 105%, passando de R$ 45.260 mil em 2020 para R$ 22.046 mil em 2021. O lucro de 2020 foi motivado pela reversão de provisão da operação da Eletronet” (sic – página 09).
Ora bolas, capitão! Se reduzir em 100% vira já prejuízo! Mas, como os números foram compilados corretamente do balanço fiscal de 2021, houve, na verdade, queda de 51,3%. Ou, ainda, em leitura inversa, o resultado de 2021 representou 48,7% do apresentado no exercício fiscal anterior.
Mas, para sorte da “Pátria Amada”, a interpretação burra da regra de três não teve espaço no Relatório da Administração para as demonstrações financeiras de 2021. O balanço, datado de 29 de março, foi auditado pela PWC – PricewaterhouseCoopers.
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Entretanto, na página seguinte (10) manual, uma metamorfose tropical. Então, os valores citados para linha de lucros líquidos anuais, viraram resultados para os 4T21 e 4T20. Veja como ficou o dito pelo não dito da alquimia doida dos gestores colocados na empresa por Bolsonaro: “A Eletropar apresentou no quarto trimestre de 2021, lucro líquido no valor de R$ 22.046 mil, resultado este, inferior ao apresentado no mesmo período do ano anterior, quando a empresa obteve lucro de R$ 45.260 mil motivado pela reversão de provisão da operação da Eletronet.” (sic – página 9)”.
O referido manual está AQUI, em link da B3. Suco de maracujá e boa leitura!
O capital da Eletropar, de R$ 118 milhões, é formado apenas por ações ordinárias (com direito a voto). A Eletrobras (Governo) controlava 83,71% em 31/12/2021.
A Eletrobrás, porém, está com processo de privatização dos ativos de geração em curso. Entretanto, o Governo colocará outra estatal para seu lugar.
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