Duas holdings de companhias abertas enviam comunicados à Bolsa de Valores assumindo garantias em operações financeiras de controladas. A Companhia Paranaense de Energia (Copel), por decisão do Conselho de Administração, dará garantias em captação de R$ 1 bilhão pela Copel Geração e Transmissão S.A. Essa tomada será via emissão única de Notas Comerciais da espécie quirografárias, ou seja, sem qualquer privilégio na ordem de liquidação de débitos em situação de insolvência.
De acordo com a formatação da operação, serão captados R$ 600 milhões com garantia firme e R$ 400 milhões sob “melhores esforços de colocação”.
O CA da Copel fez a reunião dia 09/08. Entretanto, somente na terça (16/08) encaminhou ata à B3 (Brasil. Bolsa. Balcão). Consta que a tomada de dinheiro pela controla da se dará “tendo em vista a necessidade de recursos pela Copel Geração e Transmissão”. Portanto, a Copel holding prestará “garantia adicional fidejussória”. Ou seja, além da própria Copel GT, apenas ela poderá ser acionada em situação de inadimplência.
Itaú Unibanco fará todas as fases da operação: estruturação, coleta de intenções de ofertas e colocação no mercado nacional. Os títulos vencerão em três anos, cabendo aos investidores remuneração de 100% da variação acumulada das taxas médias diárias dos depósitos interfinanceiros (DIs). Além disso, o spread (sobretaxa) de 1,22%. A remuneração corresponderá ao ano de 252 dias úteis.
Copel, do Governo do Paraná, encerrou o 2T22 com prejuízo de R$ 522,4 milhões, ou seja, inverteu o lucro de R$ 957 milhões do 2T21. Nas receitas líquidas, de R$ 5,25 bilhões, queda de 3%.
A dívida bruta, em 30 de junho, era de R$ 12,9 bilhões, ou seja, 34,4% superior a junho de 2021. Mas, o endividamento líquido (descontados recursos em caixa e previsões de receitas) era de R$ 9,021 bilhões.
Leia mais sobre Copel AQUI.
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A Randon S.A. Implementos e Participações, holding do Grupo Randon (líder em implementos rodoviários e freios e fricção), reuniu o Conselho de Administração dia 11/08.Na ordem do dia: apresentação e aprovação de garantia fidejussória na forma de “fiança irrevogável” ao Banco Nacional Econômico e Social (BNDES) e Agência Especial de Financiamento Industrial (Finame) nos repasses ao Banco Randon S.A.
Essa garantia é referente ao “Contrato de abertura de crédito”, de setembro de 2014, à várias instituições financeiras com o Sistema BNDES. O Banco Randon aderiu dois meses depois.
A holding do grupo de Caxias do Sul (RS) prestará ao BNDES e sua agência “concessão de garantia fidejussória pela Companhia, na modalidade de fiança irrevogável e irretratável”. Com isso, a Randon “renuncia aos benefícios” do Código Civil regem o tema.
A holding gaúcha se responsabiliza, portando, “solidariamente pelo fiel e exato cumprimento de todas as obrigações e comprometendo-se, na hipótese de inadimplemento por parte da afiançada, a honrar as obrigações pecuniárias por esta assumidas”. Diz ainda, o texto aprovado na Reunião do CA da Randon, que a liquidação se dará “dentro do prazo de 2 (dois) dias úteis, contado a partir da comunicação feita por escrito” do BNDES e Finame.
Agora, portanto, Randon assume a garantia até o valor principal, de R$ 300 milhões, juros e encargos perante o BNDES e Finame, nos Contratos de Repasse. Ou seja, a companhia seguiu em uma das funções comuns nas holdings.
Os conselheiros da Randon fixaram a fiança pelo prazo de cinco anos a contar da data de assinatura da Carta de Fiança. A ata, entretanto, não releva os motivos pelos quais o Banco Randon precisou desse suporte junto ao BNDES e Finame. Essa relação do banco federal com holdings é mais frequente nas crises.
Veja AQUI as Fontes de Recursos do BNDES.
No 2T22, a Randon lançou no balanço receitas líquidas consolidadas de R$ 2,772 bilhões, ou seja, 31,1% superiores ao 2T121. Entretanto, lucro líquido de R$ 104,5 milhões, encolheu 14,4%. No semestre, as receitas evoluíram 30,4%, para R$ 5,249 bilhões, mas o lucro, de R$ 235 milhões, teve perdas de 8,4%. A dívida líquida consolidada (descontada previsão de receitas e caixa) estava, em fins de junho, em R$ 2,1 bilhões.
Acesse AQUI mais notícias do Grupo Randon.
No balanço do 2T22, o Bradesco, o segundo maior do país, reportou que a sua carteira de créditos mostrava inadimplência acima de 90 dias de 4,8% entre micro, pequenas e médias empresas, e, 0,1%, entre as grandes. Relembre AQUI.
Leia AQUI sobre as holdings de companhias abertas.
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