Em 27 anos de Plano Real (julho de 1994), nunca a inflação de um setembro teve alta (ainda é prévia) como a apontada para este mês. Pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), nos últimos 30 dias fechou em 1,14%. Ficou, portanto, 0,25 pontos percentuais acima da anterior e com peso do custo de combustíveis e energia. Além disso, é a maior desde fevereiro de 2016 (1,42%), informa nesta sexta (24/09) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE – Governo).
O Plano Real cumpriu uma missão: dar ferramentas para estrutura de estabilidade à economia e à moeda. Mas, claro, descontadas interpéries políticas e econômicas internas e de fora. Estariam, por exemplo: efeitos dos ataques ao WTC (World Trade Center, 2001), crise global das hipotecas subprime mortage (quebradeira financeira global 2008, a partir das hipotecas imobiliárias de alto risco, nos EUA), no exterior. No país, emblemáticos casos de corrupção nos governos e prisões de políticos e entre a nata do empresariado (Operação Lava Jato).
Período | TAXA |
---|---|
Setembro de 2021 | 1,14% |
Agosto de 2021 | 0,89% |
Setembro de 2020 | 0,45% |
Acumulado do ano | 7,02% |
Acumulado nos últimos 12 meses | 10,05% |
Fato é, entretanto, que efeitos colaterais da pandemia do novo coronavírus, no Brasil, foram turbinados nos reflexos das descobertas de engenharias de corrupção (CPI da Covid). Isso, além de ataques, desde a posse (2019), do presidente Jair Bolsonaro às instituições. Porém, citação continuada dos alicerces de seu Governo aos desmandos e improbidades criam ambientes desfavoráveis à estabilidade. O somatório, então, resulta na abertura da janela para triste volta de uma inflação rompendo os 10% (10,05%), de dois dígitos, no acumulado de 12 meses corridos.
Mas, é muito grave aquilo que vem direto das políticas e posturas do chefe do Planalto.
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Desde 1994, então, a medição da inflação anual cheia, pelo IPCA, superou dois dígitos em 1995 (22,41%), em 2002 (12,53%) e 2015 (10,67%). Mas, voltou a exibir índices de crescimentos contínuos nos últimos três exercícios fiscais: 2016 (6,29%), 2017 (2,95%), 2018 (3,75%), 2019 (4,31%) e 2020 (4,52%).
O noticiário desta sexta (24/09), e a matéria de Valor Econômico é esclarecedora, alinha um rosário de fatores.
Naquilo que está diariamente aos olhos consumidores, sempre aparece a pressão nos preços dos insumos da cadeia energética. Mas ocorre que, desta vez, os combustíveis derivados do petróleo e da cana-de-açúcar e geração de eletricidade (em fontes renováveis e não renováveis), destacou o jornal, fizeram o acumulado superar expectativas que sinalizavam o pior. De 15 de agosto a 15 de setembro, portanto, a gasolina registrou elevação de 2,85%. Em Curitiba, aponta o IBGE, pressionaram altas da gasolina (5,90%) e eletricidade (4,92%).
Nos últimos 12 meses, então, o IPCA-15 aponta acima de dois dígitos nos transportes (17,25%), alimentos e bebidas (13,36%), artigos de residência (13,18%) e habitação (12,88%).
Mas, a vida ficou mais cara ainda para consumidores nas capitais Curitiba (12,61%), Fortaleza (11,49%), Porto Alegre (11,37%), Belém (10,90%), Goiânia (10,48%), Recife (10,37%) e Belo Horizonte (10,06%). leia AQUI integra da nota do IBGE.
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