O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), centro de ensino superior do Comando da Aeronáutica, aderiu a promoção da inteligência artificial (IA) no ensino fundamental. Via Fundação Cassimiro Montenegro Filho (FCMF), sua instituição de apoio, investirá R$ 3,219 milhões na implementação de projeto de C,T&I nesse sentido. O ITA quer entregar um viés dessa ferramenta que, atualmente, é outro divisor entre os países: quem faz uso ou não da IA em escala.
O projeto foi batizado “Pesquisa para o Desenvolvimento de Sistema Computadorizado para Aferição da Fluência em Leitura Oral com utilização de Inteligência Artificial para alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental”. Assinado dia 07/07, entre o ITA e a FCMF, terá duração de 30 meses, ou seja, até dezembro de 2023.
A FCMF é instituição credenciada tanto no Ministério de Educação (MEC) quanto no Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Mas, além do ITA, é Fundação de Apoio em outras quatro instituições vinculadas ao Comando da Aeronáutica.
Dois meses atrás, o uso da IA em mesmo nicho ingressado pelo ITA foi destaque em ato Governo de São Paulo. O Grupo IdeIA+ (Grupo Interdisciplinar de Divulgação e Educação em Lógica e Inteligência Artificial), que congrega pesquisadores da Unicamp e Unesp, expandiu o leque. Propôs, portanto, que aplicação das ferramentas da AI devem descer dos laboratórios das academias para patamares dos ensinos fundamental e médio.
Walter Carnielli, professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), da Unicamp, e integrante do Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciêncuia (CLE) e do IdeIA+, advertiu, portanto, para o diferenciais que chegam na onda da IA. “Em cerca de 10 ou 20 anos, será impossível pensar o mundo sem a inteligência artificial. Já é assim, mas em pouco tempo isso será ainda mais profundo. Isso vai acabar dividindo o mundo em duas categorias de pessoas, as que produzem essas tecnologias e as que utilizam. Hoje quem produz esses recursos são poucas empresas e, se não prestarmos atenção, os países produtores dessas tecnologias ficarão muito à frente dos outros”, afirmou Walter Carnielli, em nota divulgada pelo Governo de São Paulo, em abril.
O IdeIA+ entende que o passo importante é derrubar mitos da IA. Entre eles, por exemplo, que seria possível só em “filmes de ficção científica”. Observa que ela entrou no cotidiano via “publicidades direcionadas” nas redes de relacionamento, além da polêmica leitura facial. Além disso, gera debates de princípios éticos. “(…) a realidade é que essa tecnologia já deixou de ser algo restrito aos laboratórios das Universidades e precisa chegar mais cedo aos estudantes dos ensinos fundamental e médio”, consta na nota do Governo de SP.
O projeto é apoiado pelo CNPq. O CLE (Unicamp) dá suporte logístico e material. Além dessas instituições, está envolvido o Advanced Institute for Artificial Intelligence (AI2). O AI2 atua na forma de consórcio de pesquisadores de diversas instituições. A meta deste pool, entretanto, é a de transformar a IA em “pauta de políticas públicas e ações de fomento”.
Além de Walter Carnielli, participam também pela Unicamp os professores Juliana Bueno-Soler e Rafael Testa. Pela Unesp, Mariana Matulovic, Ana Claudia Golzio e Luiz Henrique Silvestrini. Mas, há também participantes independentes, como diretor de cinema Flávio Carnielli.
Além dessas universidades, outras instituições avançam no tema da IA no ensino fundamental. A nível mundial, a Unesco, por exemplo, deu amplitude desde a Conferência de Paris, em 2019.
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