O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), figura de tristes lembranças, desembarcará amanhã (30/03), em Brasília. E, indiretamente, provocará mais um teste em nossa democracia fudega.
O principal aliado dos atos de anarquia e vandalismo que ele orquestrou, de Miami (EUA), em 08 de janeiro, foi afastado do cargo no dia seguinte: governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha Júnior (MDB). Mas, retornou neste mês, dia 15.
O governador do DF foi, sim, esteio de Bolsonaro no fracassado plano de golpe. Ibaneis, no mínimo, se omitiu. Agiu juntamente com o comando da Polícia Militar do DF, deixando de reprimir a marcha dos anarquistas que ocuparam Brasília em 8 de janeiro.
Toda inteligência pública no DF sabia da anormalidade. Os golpistas chegaram aos milhares e barulhentos. Além disso, saíram em festas de diversas partes do país.
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Em resumo, não apenas o governador conhecia os planos dos golpistas. Era sabido por parte de seu gabinete, a começar pela ex-ministro da Justiça do Governo Bolsonaro e Secretário de Segurança do DF, Anderson Torres. Também foi preso, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
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Amanhã, portanto, em Brasília, três personagens sugarão mais oxigênio do ar que os demais moradores. Ibaneis em seu gabinete, imagina-se, com o Comando da PM. No aeroporto e pelas ruas de Brasília, um Bolsonaro. No Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Se desfilar em carro aberto, o ex-presidente provocará Lula. O ex-chefe do Planalto não gostou o aparato policial montado, agora, pelo governador do DF.
Entretanto, bem acima daqueles três, as atenções se voltam para a capacidade de mobilização dos bolsonaristas.
Mas, esse termômetro será importante não apenas para Bolsonaro e o seu PL. A sociedade é parte interessada, pois, medirá, para este momento, o tamanho do espólio que Bolsonaro ainda tem na Capital federal, após o 08 de janeiro.
O teste valerá também para medir a fidelidade entre ex-ministros de Bolsonaro. Quem, por exemplo, passará pela cozinha da casa que o PL diz ter alugado para residência de Michelle, mulher do ex-presidente?
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Cabe acreditar que Lula adiou a viagem à China também por motivo acima da pneumonia: ou seja, não deixar Brasília vazia para Bolsonaro subir à mesa. Planalto tenta remarcar a visita a Pequim para 11 de abril.
Aguardar e torcer para que não se repitam atos de 8 de janeiro.
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