Militantes de movimentos ligados ao PT invadiram, nesta quinta (03), a sede do Itaú BBA, no Centro de São Paulo - Crédito: Reprodução/Instagram
Lula ainda estava fora do país. Levou a pesquisa de desaprovação da Quaest e as chamuscadas dos chumbos do Congresso. Mas deixou ativos militantes dos movimentos do PT. Invadiram banco em São Paulo e com gritos de guerra, exibiram cartazes da bandeira do presidente contra os “super-ricos”.
A reposição, nestes dias, do discurso do “ricos contra os pobres” ou do “nós contra eles” incorpora mais um grito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) no ambiente do desespero em relação seu futuro em 2026. Ele passa a jogar com o tudo ou nada.
O chefe do Planalto, indica, portanto, que vai atirar em qualquer vulto à sua volta. É a sua maratona para tentar emergir nessa pantanosa bacia das desgraças das pesquisas de opinião pública. Além disso, encontrar munição para encarar as derrotas no Congresso Nacional.
Lula chega, então, da corrida pessoal em assegurar a disputa da reeleição.
A mesma projeção que bolsonaristas fazem em relação à provável candidatura do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ), ronda Lula. Com este, todavia, há bem mais tempo e reforçam divergências entre correntes do Partido dos Trabalhadores (PT).
Alas domésticas opositoras ao petista acendem luz amarela. E fica mais forte com seguidas pesquisas afundando a aprovação o Governo Lula-3. Além desses fatores internos, pesa o acelerado isolamento internacional da figura política de Lula.
Nas relações com o mundo, pega, por exemplo, a excessiva subserviência aos ditadores da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping.
Os dois ditadores, por sinal, não irão à cúpula do Brics, no Rio de Janeiro, no domingo (06) e segunda (07). O primeiro, por medo de ser preso pela Interpol, por conta da invasão, guerra e massacres na Ucrânia, desde fevereiro de 2022. O segundo (chefe da 2ª maior economia do planeta) alegou “falta de agenda“, mesmo com avento agendado há alguns meses.
É nesse cenário nebuloso para 2026, por fim, que Lula poderá não comparecer aos atos das eleições internas do PT, o domingo (06). O partido está com quatro candidatos ao comando, ou seja, uma, duas, três, quatro correntes atirando em diferentes direções!
De volta à manhã desta quinta, foi um erro do petista insuflar militantes na invasão à sede do Itaú BBA (Grupo Itaú Unibanco).
Esse foi o primeiro ato de Lula contra os ricos vem na sequência ao recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para manter o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) mais punidor. Atingiu no núcleo do coração financeiro do país, em São Paulo, e contra o maior banco da América do Sul. Terá, certamente, muitas leituras no empresariado.
Detalhe: nas eleições de 2022, a segunda maior doação (R$ 150 mil) ao PT foi da empresária e banqueira Beatriz Wawaya Botelho Bracher. Ela é filha do fundador do Banco BBA, Fernão Bracher – morto em 2019. Fernão foi um dos pais do Plano Real e presidente Banco Central. O filho, Cândido Bracher, presidiu o Itaú.
De um lado, a invasão pelos filiados ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e da Frente Povo Sem Medo, agradou em alas no PT (CUT e MST) fiéis a Lula. Mas, em contrapartida, desagradou tanto a petistas descontentes quanto a líderes dos partidos da chamada “base aliada” no Congresso.
É, então, aguardar pelas próximas pesquisas, para saber o tamanho do troco político.
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