Petrobras não disputará a exploração de outros recursos mineiras no fundo do mar, que não o petróleo e gás. E não fará isso mesmo para os recursos estejam dentro dos campos petrolíferos de suas concessões. Essa postura foi declarada ao ALÉM DO FATO pelo diretor-presidente da estatal, Roberto Castelo Branco, na manhã desta terça (10/09). O executivo falou ao deixar o pavilhão Expominas, onde fez palestra “Perspectivas sobre o cenário econômico do Brasil”, dentro da Exposibram 2019 – Expo & Congresso Brasileiro de Mineração. O evento, aberto na segunda-feira, e que irá o dia 12, é realizado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
“A Petrobras não pretende sair daquilo que é sua função, sempre revista”, declarou Roberto Castelo Branco, diante de duas colocações: a empresa chegou primeiro e conhece toda a formação geológica do fundo do mar em suas áreas. O executivo desconversou, introduzindo questões sobre a “diferenças das geologias” aplicadas pela empresas e a das mineradoras de outros minerais. “lembra o que aconteceu com a Vale (Vale S.A) quando tentou explorar petróleo? Perdeu R$ 1 bilhão!”, ponderou.
O presidente da Petrobras não queria alongar o assunto. “Isso é aqui, com o Ibram. Fale com ele”, sugeriu, transferindo o tema ao diretor-presidente do Ibram, Flávio Penido. E não deixou concluir outra questão: “A Petrobras não irá ‘além do fato”, fazendo paródia com o nome do site.
A exploração dos recursos minerais foi abordada ontem com o ministro das Minas e Energia, almirante Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Júnior. Ele também foi econômico nas respostas.
O diretor-presidente do Ibram aproveitou a deixa do presidente da Petrobras , que havia se retirado, para sugerir uma solução de mercado. Ele parte do princípio em que sendo o subsolo direito da União, tudo deve ser leiloado. “O Governo deveria, então, licitar as áreas que estão dentro e fora dos campos de petróleo e gás. O ministro não falou, ontem (09/10), em licitação de áreas novas minerárias (em terra)?”, indagou Flávio Penido.
O presidente do Ibram é por uma rápida “regulamentação” da exploração dos minerais existentes no fundo do mar, na faixa brasileira, a chamada “Amazônia Azul”. “É preciso levar em conta que são áreas ricas em metais como ouro. Tem outras ocorrências de recursos (minerais) importantes: cobalto, cobre e outros recursos importantes”, frisou o executivo.
O ministro Bento Albuquerque anunciou, ao abrir a Exposibram 2019, na segunda, que o Governo fará oferta de novas áreas do Serviços Geológicos do Brasil (CPRM – sigla extinta estatal Cia. de Pesquisas e Recursos Minerais). Será um leilão de 30 outorgas, ao cargo da Agência Nacional de Mineração (AMN), no dia 28 de outubro, em Tocantins.
Essa área está no chamado “Complexo Polimetálico de Palmeirópolis”, com ocorrências predominantes de cobre, chumbo e zinco. O Governo pretende que sejam absorvidas na forma de empreendimentos PPI – programa parcerias de investimentos.
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