Polícia Federal decidiu, nesta terça (18/10), arrombar as catracas da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT – Ministério da Infraestrutura) atrás de provas de práticas de corrupção. A PF provocará ruídos políticos nos corredores do Palácio do Planalto, pois, a corrida deste 2º turno (30/10) está quase pelos metros finais na pista de chegada na boca de urna.
Nominada de Operação Fluxo Livre, a PF investiga denúncias de corrupção gorda. As eventuais propinas, pagas a servidores e comissionados (nomeados), beneficiariam, portanto, empresas de ônibus – urbanos e rodoviários. Uma das investigações busca provas em possível oferta, por troca de favores, de R$ 240 mil.
Os agentes da PF começaram a operação com cinco mandados de busca e apreensão em São Paulo e Brasília. A Controladoria-Geral da União (CGU) apoia.
Essa ação da PF, a 12 dias da votação das eleições presidenciais e para governadores respinga, portanto, em campanhas importantes.
Mas, dos prováveis caos que a Fluxo Livre poderá revelar, sobrará caldo grosso para o empresário Sidnei Piva de Jesus, sócio e presidente (afastado) do Grupo Itapemirim. É sabido, por exemplo, que o empresário manteve a Viação Itapemirim (a principal) operando por força das relações de apoio político ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Parte dessa proximidade consta em autos da Justiça de São Paulo, em denúncias irregularidades na gestão da recuperação judicial, iniciada em 2016.
Os elos com o Planalto permitiram que, mesmo em recuperação e mantido o rombo de R$ 2,2 bilhões (2016), Piva fundasse a ITA – Itapemirim Transportes Aéreos. Mas, como era previsível, a companhia quebrou em seis meses, em dezembro de 2021.
Ao colocar a ITA na pista, o empresário bolsonarista contou, portanto, com aquele fator político e a conveniência na Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Esta é também autarquia federal vinculada Ministério da Infraestrutura.
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Resumindo a ópera. Bolsonaro está na disputa pela reeleição. O principal candidato do presidente, na expectativa de puxador de votos, portanto, é Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), que disputa o Governo de São Paulo. Foi ministro da Infraestrutura do atual Governo – 01/01/2019 a 31/03/2022. Bolsonaro concorre com Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Tarcísio, por sua vez, enfrenta Fernando Haddad (PT-SP).
Os casos de corrução no serviço público sempre ressuscitam cinzas. Há, por exemplo, fato específico na ANTT que reporta tempos de Tarcísio, no Governo do PT.
Engenheiro pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e servidor público, com passagem pela Câmara dos Deputados, o ex-ministro foi nomeado, em 2011 (Governo Dilma), para diretor-executivo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT – antigo Ministério dos Transportes). Missão principal: executar uma “faxina ética” contra casos de corrupção denunciados dentro da autarquia. Foi indicado pelo general Jorge Fraxe. De setembro de 2014 a janeiro de 2015 esteve no topo do DNIT, ou seja, como diretor-geral.
A ANTT, com o surgimento das agências reguladoras de mercado, assumiu, então, a fatia rodoviária do antigo DNIT.
Em comum com Bolsonaro, além da passagem pela Academia Militar das Agulhas Negras (graduado em Ciências Militares), Tarcísio saiu do Exército também na patente de capitão.
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