Bancada de estadual de deputados do Partido dos Trabalhadores (PT), quase de forma unânime, foi ontem (29/11) ao governador do Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira Júnior (PSDB), para embargar a privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). O leilão, viva-voz, está marcado para 20/12, às 10h, na Bolsa de Valores B3 (Brasil. Bolsa. Balcão). A administração gaúcha tem a expectativa de colocar em caixa R$ 4,1 bilhões – preço mínimo fixado.
O pedido petista, de acordo com o jornais de Porto Alegre, foi entregue no Palácio Piratini, mas sem que o governador recebesse a comitiva. De qualquer forma, foi, portanto, reação imediata da bancada do PT ao anúncio (28/11) da data do pregão.
Oito dos nove parlamentares do PT na Assembleia Estadual foram comunicar que o governo do presidente eleito Luiz Inácio da Silva (PT) retornará com financiamentos baratos para saneamento básico. E que será, portanto, via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Isso criaria, então, uma expectativa de a estatal voltar a investir. E solicitaram, pois, além da data do leilão, a suspensão do edital. Mesmo sem a audiência, os deputados do PT anunciaram que Ranolfo os receberá na próxima semana.
Em 2018, na campanha, o governador eleito, Eduardo Leite (PSDB) defendeu a não privatização da Corsan. No começo de 2021, porém, com base da regulamentação do Novo Marco do Saneamento, optou pela venda. “Mudou a regra do jogo e é preciso mudar de posição”, definiu assim a sua mudança.
Leite salientou que o Governo do RS não teria caixa para cumprir metas de saneamento para até 2033.
Apontado em sondagens com potencial para candidato à Presidência da República, ele saiu do cargo em 31/02. Todavia, por força de acordos entre partidos, acabou disputando novo mandato para o Piratini. Foi eleito.
Esta, se não for abortada, será a segunda tentativa do Governo do RS em se desfazer da estatal. No meio do ano, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS) impediu a oferta de 70% das ações do capital em Bolsa de Valores. A reação, então, do Executivo foi pela alienação de 100% do capital Corsan.
Pela cronologia do edital, as empresas interessadas na estatal devem, então, protocolar as ofertas entre 09h e 12h do dia 15/12. A Corsan, fundada em 1966, tem concessão para operar em 317 municípios, portanto, em 80% dos 397.
A data de leilão veio na sequência da apresentação pública, na sexta (25/11), do processo de inovação da Corsan. O diretor Comercial, Inovação e Relacionamento da Companhia, Jean Bordin, fez palestra sobre o plano no Smart Cities Park, definido como maior evento na área de inovação para prefeituras no Brasil.
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