Embaixador Rubens Barbosa avalia que Lula erra ao colocar a ideologia à frente dos interesses do Brasil com os EUA e na OCDE - Crédito: Reprodução da TV/imagem de 26/01/2025
O experiente diplomata (aposentado) Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil nos Estados Unidos, mais uma vez, mostra o quanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) erra na política externa também. E erra por não se libertar das algemas da ideologia dos radicais que controlam o Partido dos Trabalhadores (PT).
Como consequência imediata, neste ensopado de tarifaço com relações geopolíticas do presidente dos EUA, Donald Trump (Republicanos), o petista estagnou o Brasil (mais ainda).
Trump, em sua guerra comercial global, acrescentou 40 pontos percentuais aos 10 pp anunciados em abril nas sobretaxas aos importados do Brasil. O castigo maior, todavia, tem raiz política, na defesa propositada que faz ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ).
Em entrevista na manhã de ontem (31/07), ao programa “Jornal da CBN”, Rubens Barbosa seguiu mesma linha pontuada no artigo “Entrar ou não na OCDE” (25/02), no Estadão. Na ocasião, mostrou, por exemplo, o quanto a visão tacanha de mundo do PT atrasa relações econômicas vantajosas para o Brasil.
Na CBN, o embaixador tentou, novamente, abrir os olhos de Lula:
“O mundo mudou nos últimos seis meses depois da eleição do presidente Trump, a situação do comércio internacional é totalmente outra. Ele não é previsível, ele não está submetido a regras, mudou o mundo (…). Nós perdemos seis meses depois da posse [de Trump], sem nenhum canal de comunicação (…).”
Em outro trecho da entrevista, diplomata e atual presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice), foi, porém, mais contundente no recado a Lula. Sugeriu que abandone a postura partidária e assuma, portanto, a gestão do Estado.
“Tem que tentar tudo. Não há alternativa, o governo brasileiro tem que continuar negociando com o governo americano em nível técnico. Lula não fala com o presidente da Argentina, nem com o americano. Isso prejudica o interesse brasileiro… Há uma questão ideológica. Aqui temos esquerda. Do outro lado, tem um governo da extrema direita.”
Acesse a íntegra da entrevista AQUI.
O chefe da Casa Branca declara Bolsonaro inocente no processo em curso no Supremo Tribunal Federal (STF). Nos autos, a Suprema Corte imputa ao ex-presidente a articulação da “trama golpista“, de dezembro de 2022, para impedir a posse de Lula. Fora do governo, montou atos de 08 de janeiro de 2023 contra as instituições democráticas.
Bolsonaro é processado por outras posturas incompatíveis com o Estado de Direito. O STF julgará os principais envolvidos antes de 2026. O prazo apareceu hoje (01/08) na fala do ministro-relator, Alexandre de Moraes, em reação às medidas de Trump contra ele.
Fato é que blocos de governantes de países comunistas e latino-americanos do chamado “eixo do mal” (Cuba, Venezuela e Nicarágua), aos quais Lula é aliado, não perderam tempo. De cara, abriram alguma forma de negociação com o país do Norte, maior potência econômica.
O planeta, portanto, trançou corridas diplomáticas com Washington, desde a posse de Trump (20 de janeiro). Lula, todavia, na contramão, optou por montar mais um palanque, arremessar pedras e discursar para as eleições de 2026.
O chefe da Casa Branca também age contra o alinhamento de Lula à Rússia e à China.
Somente nos 45 minutos do segundo tempo, fechando julho e pressionado por ações isoladas de governadores de Estado, o petista abrandou nas bravatas. Deu espaços ao vice e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB-SP), e frentes parlamentares. Até então, olhava apenas para pesquisas de opinião pública que rejeitam o Governo do PT.
Uma missão de senadores desesperados desembarcou (28/07) em Washington. Mas foi tardiamente contra a ingratidão do Tio SAM, o tarifaço maior misturando jogo de geopolítica com pauta tarifária.
A tabela dos EUA vale a partir desta sexta (01/08), porém, passa a ser aplicada na próxima quinta (07/08), caso Trump não reveja, mais uma vez, o próprio decreto.
Mas esse jogo de Trump contra o Brasil, como parte da defesa de Bolsonaro e contra o STF, virou tiro duplo pela culatra na politica interna brasileira.
Primeiro, ajudou Lula a reduzir a rejeição nas pesquisas. Além disso, a implementação das taxas afetará mais a estados governados por bolsonaristas.
Ainda sobre a ideologia do PT como bula irretocável para Lula na diplomacia, Rubens Barbosa identifica um bloco que atrapalha o ingresso na OCDE. Age, diz no artigo do Estadão, em “contraponto” aos governos de Michel Temer (MDB-SP) e Jair Bolsonaro (PL-RJ). Estes colocaram, pois, a adesão brasileira como “uma das prioridades em política externa” ao bloco de 38 países, que estão dentro do G-7 e do G-20.
“A assessoria especial de assuntos internacionais da Presidência da República lidera a oposição ao ingresso na OCDE, com o apoio da Casa Civil, do PT e de parte do Itamaraty”, identificou o diplomata. Entre “setores favoráveis à adesão“, todavia, estariam os Ministérios da Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio, além da Controladoria-Geral da União (CGU).
Rubens Barbosa foi embaixador em Washington nos Governos Fernando Henrique e Lula – 1999 a 2004. Antes, chefiou a representação brasileira em Londres – 1994 a 1999.
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