A inadimplência na capital mineira fechou o mês de dezembro em 4,56%. Esse valor, de acordo com pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), representa uma queda de 42%, em comparação ao mesmo período de 2021, quando o índice estava em 7,95%.
Ainda assim, a população de 65 anos a 95 anos concentra o maior número de contas em atraso (16,45%). Essa inadimplência é explicada pelo alto volume de contas em casa, despesas com remédios e consultas médicas. Já os jovens de 18 a 29 anos representam 5,01% da população inadimplente na capital mineira. A queda do desemprego entre esse público melhorou sua capacidade de pagamento. Além disso, o recebimento do 13º salário no período permitiu a quitação e a negociação de contratos em atraso.
Entre os gêneros, as mulheres fecharam o mês de dezembro mais inadimplentes que os homens. Sendo que elas representam 3,55% e eles 2,74%, uma variação de 22,8%.
“Esses dados nos mostram que menos pessoas estão devendo. A maioria delas utilizou o 13º salário para quitar dívidas e iniciar 2023 sem débitos. Além da reinserção no mercado de trabalho, os belo-horizontinos têm demonstrado mais consciência financeira, com um comportamento mais atento aos gastos e direcionado ao pagamento de contas”, avaliou o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.
O histórico de 2022 revela que os meses de abril e dezembro registraram os índices mais baixos de inadimplência para o ano, pontuando 4,35% e 4,56%, respectivamente. Isso também se deve à injeção do 13º salário na economia das famílias. Em contrapartida, os meses do último ano que alcançaram maior inadimplência foram julho (9,3%), agosto (11,14%) e setembro (10,33%).
Apesar do recuo da inadimplência, o número de dívidas por CPF ainda permanece alto em Belo Horizonte. O último mês de 2022 encerrou com uma média de 14,27%. No mesmo período de 2021, o indicador apontava 4,78%. Em comparação com o mês de novembro de 2022, também houve redução, passando de 16,23% para 14,27%.
O tempo de atraso da dívida também caiu, sendo que 50,79% dos consumidores estão com um atraso médio de 13 dias no pagamento das contas.
Neste cenário, os jovens de 18 a 29 anos possuem o maior número de dívidas por CPF (40,55%), contra 13,4% dos idosos entre 65 e 94 anos. “Esse volume de dívidas por CPF é maior entre os jovens devido aos contratos dos créditos educativos, custo do cartão de crédito e alta taxa de juros vigente. Esses fatores dificultam a negociação dos contratos, especialmente os estudantis”, argumentou o presidente da CDL/BH.
De acordo com o levantamento, o perfil dos endividados tem mantido um padrão similar nos últimos meses, com um alto número de contas em atraso por CPF para homens e mulheres. A diferença entre eles é de apenas 0,31 p.p., ainda assim, as mulheres acumularam 2% a mais de dívidas que os homens neste mês de dezembro, sendo 11,8% e 12,11%, respectivamente.
O relatório da CDL/BH apontou que as empresas da cidade fecharam dezembro com avanço na inadimplência, os registros de CNPJs cresceram em 5,2%. Ainda assim, no comparativo ao mês de novembro de 2022 (8%) houve recuo de 35% na base de CNPJs com restrição. Isso foi motivado pelo aumento na circulação de renda na economia e pela redução do ICMS, impulsionando os resultados de faturamento das empresas e melhorando a sua capacidade de pagamento.
Em relação ao número de dívidas por CNPJ, na comparação do mês de dezembro de 2022 com o mesmo período de 2021, houve um recuo, passando de 1,56% para 0,41%. Houve também uma desaceleração na análise mensal (Dez.22/Nov.22), com o volume de dívidas por pessoa jurídica caindo de 5,5% para 3,45%. O valor médio das dívidas registradas por CNPJ ficou em R$ 5.148,41.
A agricultura liderou a inadimplência em dezembro, com 8,67%. Em seguida aparece o setor de serviços, com 5,14%. Entre as atividades econômicas que recuaram nas contas em atraso estão o comércio (-3,7%) e indústria (-1,09%). As atividades que concentram as principais dívidas das empresas em Belo Horizonte, são água e luz (8,31%), bancos (5,9%) e comunicação (4,36%).
Para o setor de comércio, em especial, é a quarta retração consecutiva no ano. “O aumento na capacidade de pagamento ocorre pela ampliação do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) e outras medidas de injeção de recursos na economia, que favorecem o desempenho do setor”, apontou Marcelo de Souza e Silva.
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