A Unitec Semicondutores poderá, na AGE de manhã (12), até ganhar uma sobrevida para o projeto de R$ 1 bilhão, mas seus acionistas sairão arranhados. As divergências são em torno de aporte emergencial de US$ 80 milhões, garantias e responsabilidades. Sem esse recurso, não se completará a cadeia interna vital: design, fabricação e encapsulamento. E o projeto, em Ribeirão das Neves (MG), continuará emperrado, situação que se arrasta há dois anos.
Assim, amanhã, às 15h, com mínimo de 25% do capital votante representado (ou, às 15h30, “com qualquer número de acionistas presentes”), será aberta a AGE. Se comparecerem todos, estarão, provavelmente, juntos representantes do BNDES, BDMG e, talvez, a argentina Corporación America. Esta substituiu a Six (Grupo EBX), de Eike Batista. A IBM ficaria sozinha. E, numa terceira composição, a Matec e WS In Tecs. Esta última representa o atual presidente Frederico Naves Blumenschein e Wolfgang Sauer, ex-presidente Volkswagen no Brasil.
Na “ordem do dia”, de apenas item, os acionistas caminharão assim: aumento do capital; aporte de novo investidor; emissão de debêntures conversíveis; celebração de contrato de mútuo; venda de equipamentos; recuperação judicial, entre outros; extinção e de que forma.
Antes, é provável que alguma das partes oficiais tente soprar que resta um coelho na cartola. Em Belo Horizonte, um só há ponto para as atenções: o BNDES. É saber como colocou a Unitec em “velocidade de decisão”. Aquele instante em que o piloto só tem a opção decolar o avião, pois, a pista findará. Até o momento, o banco federal não identificou, no portal, o representante na AGE.
↘↘Ler: BNDES e BDMG admitem a morte de projeto de R$ 1 bi
Todos querem saber do BNDES se a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) cederá às pressões, e restabelecerá o fluxo dos aportes. Isso, independentemente dos seguidos cortes de orçamentos do Governo Bolsonaro. A Finep (do Ministério da Ciência e Tecnologia), só libera novas parcelas à Unitec com garantias dos acionistas. Mas poderá flexibilizar se houver ingresso de novo investidor principal.
Mas, não é tudo. A Finep tem um bode virtual cheio de rastros. Além do Fato ouviu três fontes da inciativa privada e duas no Governo federal conhecedoras do projeto. Apresentaram um ponto convergente: nova auditoria nas contas da Unitec. “(Os funcionários) viam, mas eram proibidos de falar sobre erros de construção”, destacou uma delas. Outra quase unanimidade é a contabilização de “equipamentos usados” instalados na fábrica e “serviços prestados por acionistas” como capitalização.
E deixaram um rosário de questões como a “omissão” do BNDES e BDMG para “gestão de riscos”.
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