Usiminas tem homologada chapa de aço balística para substituir a importada pela Iveco, fabricante dos blindados Guarani comprados pelo Exército. A homologação, pela certificadora TÜV Rheinland, ocorreu em janeiro de 2017. Porém, ainda não há contrato da siderúrgica de Ipatinga (MG) com a Iveco Veículos de Defesa para substituir importações. A chapa USIPROT 500 passou por testes efetivos, em laboratórios da usina e externos, a partir de 2015. Para receber, até 2035, o total de 1.580 blindados, o Governo assinou contratos que totalizam R$ 6,3 bilhões (2017). Na primeira semana deste mês, a montadora do Grupo Fiat concluiu a unidade 400.
“Senti orgulho de ser brasileiro”. Essa a reação foi do então chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exercito, general de brigada Helio de Assis Pegado, dentro da usina, em 2016. Ele esteve em Ipatinga com outros oficiais do Projeto Guarani, no Centro Tecnológico do Exército (CTEx). A avaliação final da TÜV, certificador internacional, foi no Centro de Avaliações do Exército Brasileiro, no Rio. Esta informação, da Usiminas, é de fevereiro deste ano.
Além do Fato procurou, nesta sexta (26), a Usiminas e Iveco para saber sobre a fase das negociações comerciais. Com a montadora de Sete Lagoas (MG), ficou definido retorno na próxima semana. O mesmo com a siderúrgica, que, ocupada com o evento dos resultados do 2º trimestre, enviou nota de fevereiro. As partes, porém, nada adiantaram sobre o uso do aço em questão.
O desenvolvimento da chapa USIPROT 500 vem do começo da década. E, o mais importante, foi o próprio Exército o demandante, pensando na substituição das importações da Iveco. Um dos fornecedores era a ThyssenKrupp. A Usiminas assegura que “atende a todos os requisitos da norma americana de blindagem militar MIL DTL 46100E, referência mundial para o setor”. Passou também pela “HP White EUA, empresa de referência mundial em testes balísticos”. O diretor de Fabricação do CTEx, general Luís Henrique de Andrade, aprovou: “ (atende) a fabricação dos veículos militares com chapas balísticas estruturais 100% nacionais”. O custo projeto é todo da siderúrgica.
Além do Exército, a Usiminas quer criar elasticidade àquela chapa na carteira de produtos de segurança, como blindagens de automóveis. O gerente de Garantia da Qualidade e Produtos, Eduardo Côrtes Sarmento, assegura que, além “alta resistência mecânica”, o aço apresenta “características muito particulares”. A siderúrgica mostrou no balanço da siderúrgica do segundo trimestre lucro líquido de R$ 171 milhões, 125% a mais que no período anterior no período anterior. As vendas de aços, de 1,1 milhão de toneladas, cresceram 5%, e, a receita líquida, de R$ 3,694 bilhões, 15%.
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