Economia

Vale fez fumaça com joint venture; metais básicos

A mineradora Vale S.A. deu com uma mão e tirou com a outra ao anunciar, em 07 de dezembro passado, em Nova York (Vale Day – New York 2022), o futuro pretendido para divisão de metais básicos – níquel e cobre. Além disso, estabeleceu certo conflito com mensagem do relatório de resultados do 3T22.

Em NY, até esnobou potenciais investidores. A companhia garantiu que a proposta de joint venture para os básicos não significa necessidade de atração de capital.

No conjunto, os diretores da Vale presentes admitiram a venda de fatia de 10% de tais ativos e a separação dos ferrosos. Mas, primeiro, a empresa quer identificar o melhor parceiro estratégico. E considera nisso a expertise, principalmente em fabricação de baterias de níquel e cobre para carros elétricos.

Entretanto, asseguraram que, se não encontrar interessados com o perfil traçado, a mineradora seguirá sozinha nesse negócio.

Vale apresenta dois direcionamentos

Ocorre que a abordagem em solo norte-americano gerou ruído no tal novo formato de negócios com metais básicos, a partir de joint venture. No relatório “Desempenho da Vale no 3T22” consta: “Reorganização das operações de metais básicos no Brasil para centralizar os ativos de cobre e níquel em duas sociedades, permitindo processos e gestão mais eficientes. Os ativos de cobre e níquel continuarão a ser consolidados e detidos integralmente pela Vale”.

Na reunião de NY, conforme a agência Reuters, investidores e jornalistas ouviram uma Vale com holofote em “parceiro”, não tratou plural, parceiros. “Estamos procurando um parceiro que possa acrescentar à história, que possa elevar o perfil ESG, alguém com conhecimento do setor, são os elementos. Não é a questão financeira… não precisamos. Seria uma empresa que aceleraria essa transição, essa é uma jornada de valor de mercado para longo prazo” (sic). Aa agência creditou a declaração ao vice-presidente executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale, Gustavo Pimenta, na fala com repórteres.

Em referência ao presidente da mineradora, a Reuters publicou: “O presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, adicionou que a companhia está em condições de escolher o sócio ideal. Mas, se isso não for possível, seguirá sozinha com seus projetos”.

Relatório anual 2022 deverá desanuviar metais básicos

A divergência de informação estabelecida poderá parecer simples detalhe. Mas não é bem assim. O relatório do 3T22, embora não auditado, é documento oficial. Tem, na apresentação aos acionistas, mensagem de Bartolomeu. E, portanto, foi distribuído assim às Bolsas de Valores e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Então, se “parceiro” ou parceiros, é aguardar pelos relatórios do 4T22 e o consolidado de 2022. E, mais uma vez, com apresentação do presidente da Diretoria. Isso deverá ocorrer, mais tardar, na segunda quinzena de fevereiro.

Peso dos metais básicos nos resultados da Vale

Os negócios dos metais básicos (minas e plantas em operação e implantação) da Vale, maior mineradora de ferro mundo, estão distribuídos pelo Brasil (cobre), Canadá e Indonésia (níquel).

No 3T22, a companhia teve receitas líquidas de US$ 9,929 bilhões e lucro líquido de US$ 4,455 bilhões. Os os metais básicos responderam por US$ 2,042 bilhões da receita, ou seja, 20,5%.

Desempenho financeiro

Nos 9M22, a Vale reportou lucro líquido de R$ 76,676 bilhões, para receita geral de R$ 163,773 bilhões. Em mesmo período do ano passado, os resultados foram, respectivamente, R$ 91,151 bilhões e de R$ 202,202 bilhões. Ou seja, de janeiro a setembro de 2022 quedas nominais de 25,9% e 25,7%. Os resultados da mineradora seguem pressionados pela economia da China.

É pouco provável que esses dois resultados finais do exercício fiscal passado superem os de 2021: R$ 293,5 bilhões, em receitas líquidas, e, R$ 121,2 bilhões, de lucro. Os já receberam fatia dos dividendos.

Nairo Alméri

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