A avaliação de analistas da política é que uma neblina encobre, permanente, a bola de cristal do governador de MG, Romeu Zema (Novo). Isso, entretanto, se contradiz com a sua reeleição em 1º turno, em 2022.
Mas, o elemento sorte apareceu para Zema em, pelo menos, um aspecto relevante. Isso, entretanto, pouco interessa aos adversários lembrar. Sem entrar no mérito, se pura sorte ou competência, fato é que ele marca pontos importantes. Um caso, por exemplo, ao obrigar Cemig a vender participação acionária na holding Light S.A., em janeiro de 2021.
A Cemig saiu da composição acionária e de controle e levou R$ 1,37 bilhão. Pouco mais de dois anos após, a elétrica fluminense afundou em sua crise financeira. Única janela ao alcance era, então, buscar a proteção da Justiça contra pedidos de falência. Em maio de 2023, a 3ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro despachou favoravelmente ao processo de recuperação judicial.
Companhia aberta, ou seja, com ações do capital listadas na Bolsa de Valores B3, a Light apresentou à Justiça, no 1T23, rombo base de R$ 11 bilhões. A situação segue preocupante, pois, desde a 1ª proposta, em julho, os acionistas deram bomba ao plano de recuperação judicial (PRJ) da elétrica.
A política brasileira, há muito, arquivou a arte de reconhecer acertos (mesmo que acidentais) do outro lado. Zema, por exemplo, teve momento de sorte, ao impor a venda das ações das Light pela Cemig. Mas, isso é o que menos importa aos adversários de plantão.
De volta ao governador de Minas Gerais. A venda dos ativos financeiros na Light deu combustível à oposição. Esta rumava para uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Foi fácil, pois, no 1º governo, Zema não conseguiu formar bloco de apoio permanente.
A CPI apurou denúncias de irregularidades em contratos e o programa de “desinvestimentos” da estatal mineira. Durou de junho de 2021 a fevereiro de 2022.
Apesar do enorme desgaste político, o governador se reelegeu no 1º turno de 2022.
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Na semana passada, a Light emplacou mais um fracasso na tentativa de aprovar seu PRJ junto aos bondholders. Estes credores, no exterior, têm diretos de R$ 3 bilhões (US$ 600 milhões).
A holding fluminense controla três companhias: Light Serviços de Eletricidade S.A (distribuidora), Light Energia S.A (geradora) e Lightcom Comercializadora de Energia S.A. (comercializadora).
Um dos gargalos nas soluções dos problemas da Light está nas perdas das receitas causadas pelos “gatos”. A companhia, de acordo com Tanure, em novembro, registrou perdas de R$ 600 milhões, em doze meses, por conta de energia roubada. Ou seja, produziu, transmitiu, distribuiu e não faturou.
A Light, porém, é impedida de entrar nas favelas para interromper os “gatos” no consumo ou abrir negociações. Maior dificuldade: ameaças das milícias.
A semana, portanto, começa com mais pressões dos credores em cima dos acionistas de referência:
Mas, além de Cézar Coelho (20,01%), banqueiro e ex-deputado federal, e Tanure (30,05%), investidor, outra figura conhecida está na roda. É Carlos Alberto Sicupira. Este é parceiro de Paulo Jorge Lemann e Marcel Telles em vários negócios, como controle da InBev e da Americanas.
Sicupira tem 10%. Ele deixou, entretanto, de ser acionista de referência com os saltos de Tanure, que, até maio de 2023, detinha 10%.
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Justo. Não votei nele para que fiquei jogando com a sorte, e acertando ao acaso.
Governar e acertar é o trabalho dele. Por que eu deveria ocupar meu tempo elogiando o que é a obrigação dele, com o salário que ele multiplicou (mesmo o partido pregando que trabalham de graça, pelo povo, não pelo salário), com tanta coisa errada que precisa ser corrigida?
Seu texto só piorou a situação. Eu pensava que poderia ter sido um acerto do governador, mas agora percebi que eu não tinha avaliado de todos os ângulos.
Agora parece pura sorte mesmo, um sujeito que jogou meu voto no lixo e passa o dia arrumando briguinha em rede social, não acredito mais que tenha sido sagaz o suficiente para resolver o problema sozinho.
Sobre se reeleger em primeiro turno, é a polarização. Eu mesmo cai nessa bobagem.
Votei no discurso dele contra o fantasma que o partido dele criou sobre a "velha política", e agora temos vários palhaços jogadores governando.
Que bom que isso dura "apenas" 4 anos, e podemos aprender com nossos erros.
O problema é que "Ouço" gema acerta muito pouco. Tenta ser malandro e acaba sendo mulher de malandro - vide o caso da montadora de veículos elétricos, em que ele, num primeiro momento, faturou com a fake de um investimento de 25 bilhões de reais, contabilizados como favas contadas. Agora tem de aguentar a ida (provavelmente pra Bahia) daquela que nunca veio.