Reflexo das incertezas dos investidores sobre o destino do Grupo Cemig, controlado pelo Governo de Minas Gerais. É isso o que pode concluir para a ausência de propostas ao pacote de hidrelétricas da Cemig ofertado para leilão. O pregão, então, para 03 de julho, na Bolsa de Valores B3, foi suspenso.
A Cemig queria vender quatro pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), com potência total instalado de geração de 14,8 megawatts (MW). Todas estão em território mineiro e suas concessões vencem de 2027 a 2053. O lance inicial mínimo estava fixado em R$ 29,1 milhões.
Entretanto, nesta quinta (27/06), a holding Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) comunicou à B3 que sustara o leilão. Motivo: desinteresse dos investidores. “A suspensão ocorreu pela ausência de apresentação de propostas, conforme edital publicado.”
Essa “ausência” dos investidores se dá em momento de expectativas. Há um viés de incertezas sobre o futuro das principais estatais do Governo de Minas Gerais. Elas compõem o item principal em portfólio de negociação da dívida de MG com a União.
O governador Romeu Zema (Novo), portanto, se move, há tempos, para emplacar no Governo Lula (PT) a federalização de um pacote de estatais mineiras. Seria, então, um caminho para abater fatia significativa da dívida pública estadual. Em contrapartida, pegaria o passaporte para ingressar no Regime de Recuperação Fiscal, um refis aberto aos Estados.
Como Zema não tem habilidade política, quem toca o barco mineiro é o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Pacheco é presidente do Senado e do Congresso. Ele é citado como pré-candidato a governador em 2026.
Nesta quinta, todavia, a Cemig, em outro comunicado à Bolsa de Valores, colocou mais confusão nas conversas. A energética salienta que o Governo Zema nega a conclusão da proposta levada a Lula.
Esse provável acerto foi amplamente noticiado, nestes dias, pelos principais jornais do país. A divulgação ocorreu, pois, a despeito das farpas trocadas por Zema e Lula.
O chefe do Planalto, por sinal, esteve hoje em Belo Horizonte e Contagem, na Região Metropolitana. Mas, contrariando a praxe no rito do cerimonial nas relações Estados-União, Zema não recebeu o presidente.
Além das divergências ideológicas entre os políticos, a atual administração de MG não assume o valor consolidado da dívida cobrada pela União. A administração mineira, então, auditará as contas.
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