O ex-juiz Sérgio Moro vem acumulando reveses desde que deixou o Ministério da Justiça. Foto - Marcelo Camargo/Agência Brasil
Acostumado aos aplausos enquanto juiz da Lava Jato em Curitiba e como ministro da Justiça, Sérgio Moro, de vitrine, passou à condição de vidraça. Tem colhido reveses desde que decidiu confrontar o presidente Jair Bolsonaro, até então seu aliado, e denunciar interferência presidencial na Polícia Federal (PF). Dois deles, talvez de maior peso, ocorreram no início da semana.
Por decisão da 2ª Turma Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Lula, que o ex-juiz mandou prender, vai ter acesso a todos os documentos usados no acordo de leniência fechado pela Odebrecht com o Ministério Público Federal. Moro e a força-tarefa de Curitiba sempre foram contra, deixando no ar a suspeita de algo possa estar fora da ordem.
A mesma 2ª Turma do STF decidiu que a delação do ex-ministro Antonio Palocci não pode ser utilizada na ação em que Lula é acusado de supostamente receber um terreno da Odebrecht como propina, onde seria construída a sede do Instituto Lula.
A delação de Palocci foi firmada com a Polícia Federal, uma vez que o Ministério Público Federal em Curitiba disse não ter encontrado provas das suas acusações contra o ex-presidente Lula. Detalhe: Moro decidiu tornar pública a delação do ex-ministro Palocci seis dias antes do primeiro turno da eleição presidencial de 2018.
Sobre esse fato, disse o ministro Gilmar Mendes, do STF: “Resta claro que as circunstâncias que permeiam a juntada do acordo de delação de Antonio Palocci no sexto dia anterior à realização do primeiro turno das eleições presidenciais de 2018 não deixam dúvidas de que o ato judicial encontra-se acoimado de grave e irreparável ilicitude.”
É provável que o STF também julgue no segundo semestre a parcialidade do ex-juiz Moro nos processos que condenaram Lula. Em caso de derrota, os processos contra o ex-presidente voltarão à estaca zero e ele pode recuperar seus direitos políticos. Assim sendo, caso queira, poderá disputar a Presidência da República em 2022, que pode representar um confronto Lula/Bolsonaro/Moro..
Enquanto isso, o Congresso Nacional, onde o ex-ministro Moro tem uma grande quantidade de adversários, por conta de sua atuação contra a corrupção na política, pode votar, no segundo semestre, proposta ampliando a quarentena para ex-juízes e promotores entrarem para a política. Se for aprovada a proposta feita pelo presidente do STF, ministro Dias Tóffoli, de um prazo de 8 anos para que magistrados possam disputar cargos eletivos, Moro estará fora da próxima disputa presidencial.
E como vidraça, o ex-juiz ainda precisa enfrentar, quase que diariamente, a ira do exército de bolsonaristas fanáticos nas redes sociais, onde o jogo é pesado. Um dos adjetivos mais amenos que a turma usa para se referir a Moro é traidor.
Enfim, vida de candidato à Presidência da República não é mesmo fácil. Caso consiga viabilizar sua candidatura em 2022, o ex-juiz Sérgio Moro ainda terá muito mais pedras pelo pelo caminho. O jogo ainda está nas preliminares.
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A política é a arte da traição, traiu e vai ser traído.
Ajudou a eleger o bozo Nero e pulou fora quando descobriu a que bando de malucos tinha se juntado.