Eleições

Estratégia de grupo de empresários contra o prefeito Kalil tem tudo para fracassar

Não faz muito tempo, um grupo de empresários endinheirados, sob a liderança da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), decidiu abrir os cofres e investir num movimento para fazer oposição ao prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD). Na prática, o grupo decidiu colocar dinheiro para ajudar alguns candidatos e tentar, ao menos, forçar a realização de um segundo turno.

Tudo indica que o grupo jogou dinheiro fora. E estamos falando de muita grana. Nos bastidores, fala-se que esses empresários já gastaram mais de R$ 15 milhões, cifra que pode se aproximar de R$ 20 milhões até o final do primeiro turno, no próximo dia 15.

O resultado, por enquanto, é que os candidatos do empresariado, mostram as pesquisas, praticamente não saíram do lugar. E não há evidências de que sairão. Kalil, por outro lado, que entrou na corrida como franco favorito, é o único que vem avançando e tem chances concretas de liquidar essa fatura em turno único.

Amadorismo

Impressiona o amadorismo desse grupo de empresários, que sabe muito bem faturar (e alguns são considerados gigantes em seus setores), mas parece entender quase nada dos meandros da política.

Kalil governou a cidade por mais de três anos praticamente sem oposição e sua gestão é aprovada pela maioria dos moradores da cidade. Imaginar que simplesmente abrindo o cofre conseguiriam, em 45 dias, o período oficial da campanha, construir uma candidatura alternativa e competitiva é de uma ingenuidade quase infantil.

Algumas pessoas que acompanharam de perto o nascimento dessa, digamos, aventura empresarial, relatam também uma completa desorganização do grupo, que tinha como objetivo colocar pedras e mais pedras no caminho do atua prefeito, mas nunca soube exatamente como fazê-lo.

Não houve, o que seria fundamental num plano dessa natureza, uma estratégia bem definida para alcançar o objetivo, mas ações isoladas em favor de uma ou outra candidatura oposicionista. E há também relatos de uma grande dose de arrogância por parte de alguns, pois estavam convencidos de que o dinheiro, por si só, seria suficiente para abalar a candidatura Kalil.

Só que não combinaram com os russos. No caso, os eleitores. Os milhões, certamente, não farão falta. Mas o fracasso da estratégia deixa uma parte desse empresariado capitaneado pela Fiemg de cabelo em pé. A vitória de Kalil, especialmente se ocorrer no primeiro turno, é um grande passo para sua campanha ao governo do Estado em 2022.

Ricardo Campos

Ver Comentários

Posts Relacionados

Master incomoda no Planalto

O Banco Master é um vespeiro. E representa riscos que extrapolam ambiente dos negócios do…

12 horas atrás

Bonecos da República

O Brasil se acostumou com os bonecos gigantes do Carnaval de Olinda (PE), que homenageiam…

2 dias atrás

Guerra pelo controle do PSD de Pacheco acaba dia 15

No próximo dia 15 de setembro, ficará definido quem manda no PSD para as eleições…

3 dias atrás

Tratado duzentão

Este 29 de agosto marca os 200 anos da assinatura do Tratado do Rio de…

1 semana atrás

Proeza de Zema: unir a direita e esquerda contra si

Após as declarações desconectadas da realidade e até do bom senso, o governador Zema (Novo)…

1 semana atrás

Energisa capta R$ 3,9 bi para recomprar debêntures

A holding Energisa S.A., dos segmentos de distribuição e geração, captará R$ 3,910 bilhões para recompra (aquisição…

1 semana atrás

Thank you for trying AMP!

We have no ad to show to you!