Eleições

Rivais de Kalil precisam fazer urgentemente outra campanha: contra a abstenção

É bem provável que a maioria dos candidatos a prefeito de BH e apoie a iniciativa e parceria da Assembleia Legislativa e o Tribunal Regional Eleitoral contra a abstenção. Caso não, deveriam fazê-lo de maneira mais intensa e urgente. Até porque essa seria estratégia inteligente e eleitoral. Além de incentivar a democracia, os 14 rivais da reeleição do prefeito Alexandre Kalil (PDS) encontrarão ali espaço e oportunidade para crescer e levar a disputa para o 2º turno.

Previsão de votos perdidos

Então, vejamos. Segundo as pesquisas e avaliação de especialistas, que fazem previsões e medições do que poderá acontecer no 15 de novembro, cerca de 30% dos votos serão perdidos. Seriam os chamados votos inválidos. Desses, até 25% estariam na conta da abstenção, daqueles que não pretendem votar. Esses estão influenciados pelo desestímulo com os políticos e pelo medo de contágio nessa pandemia do novo coronavírus.

Outros 5% seriam de votos brancos e nulos. São números preliminares e imprecisos, mas oferecem aos candidatos que ainda não se viabilizaram uma estratégia razoável. Se Kalil está com 55%, em média, segundo as pesquisas, que, somados aos 30% da abstenção, dos nulos e brancos, chega-se aí a 85% do eleitorado. Restariam apenas 15% para todos os outros candidatos.

Parte da mídia se omite

Pelas pesquisas, também se vê. Se somadas as intenções de todos os outros 14 candidatos a prefeito, o saldo seria de 18%, de acordo com a última do Ibope, registrada no TRE e feita entre os dias 13 e 15 de outubro.

A estratégia vai exigir esforço dobrado dos candidatos de, além de pedir votos para si, fazer campanha contra a abstenção. E supririam também a omissão da maior parte da mídia que, à exceção da Band, desistiu de realizar os tradicionais debates de 1º turno. Até mesmo a cobertura diária está reduzida à burocrática agenda dos candidatos e divulgação de pesquisas. Debates e entrevistas só mesmo com a Band.

30 milhões sem votar em 2018

A parceria da Assembleia com o TRE foi motivada pelos índices crescentes de abstenção nas últimas eleições, que podem ser agravados com a pandemia. Nas eleições de 2018, 20,3% dos eleitores do país não votaram, correspondendo a quase 30 milhões de pessoas, o maior percentual dos últimos 22 anos.

LEIA MAIS: Contra abstenção, Assembleia e TRE se unem para incentivar votação

Orion Teixeira

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