Zema, Lula, Pacheco e Tadeu Leite, foto Gil Leonardi/ImprensaMG
Órgão do governo federal, a Advocacia-Geral da União foi e é contra a prorrogação dos prazos e, por isso, está recorrendo da decisão do ministro Nunes Marques, do STF, que concedeu mais 90 dias dos 180 dias solicitados por Minas. Fez o seu papel de acordo com sua função; caso contrário, poderia ser acusada de prevaricação enquanto representante da União e assessora jurídica do Poder Executivo.
Sua atuação e iniciativa tentam melar as negociações, mas o acordo que envolve a solução para a impagável dívida de Minas e de outros estados com o governo federal não passa por normas legais ou fatores econômicos. Ao contrário, prevalece a forte questão política do presidente Lula querer atender aos apelos e influência do presidente do Senado federal, Rodrigo Pacheco, um importante aliado do governo no Congresso.
Por outro lado, do ponto de vista técnico, o problema da dívida dos estados é uma demanda crescente e que, por si só, ganhou dimensões robustas, que precisam ser tratadas com responsabilidade e prioridade pelos governos. Até porque tem travado o crescimento dos estados e, por consequência, do país.
Além da AGU, alguns setores da área econômica federal têm má vontade com o governo mineiro, especialmente com a gestão Zema, que nunca pagou um centavo sequer da dívida nos últimos seis anos e os trata com desdém. Tudo somado, o que vai definir é o que for acertado entre Pacheco e Lula, claro, com o aval de Zema e do presidente da Assembleia Legislativa, Tadeu Leite.
Pacheco está avançando em sua proposta e se cercando de alternativas. Pediu a Tadeu Leite outras possibilidades de negociação além da federalização das estatais. Minas é o único estado que tem ativos a oferecer, como as estatais. O governador Eduardo Leite (RGS) quer colocar o banco estatal (Banrisul) na operação, mas o governo federal não quer saber disso. Ao contrário, demonstra interesse quando se trata de estatais de energia elétrica ou da mineração, como a Codemig.
Ao fim e ao cabo, os outros estados, como o de Minas, serão beneficiados com o programa do tipo refis, com redução de juros e correção monetária. Além dos generosos descontos, contam com a alteração do indexador da dívida. Em vez de IPCA mais 4%, querem juros pelo IPCA+ 1%. Todos os governadores de oposição vão pegar carona na aliança de Pacheco com Lula e no projeto político do senador por Minas Gerais.
Para ouvir as demandas e superar insatisfações, o secretário de Governo, Gustavo Valadares (PMN) passou a terça fazendo tour pela Assembleia. Bateu de porta em porta dos gabinetes da turma aliada. Não quis correr riscos ante a informação de aliados de que não haveria votos para aprovar (manter) os cinco vetos de Zema.
Deputado de seis mandatos consecutivos, Valadares sabe o caminho das pedras e que muitos adotam a máxima do fisiologismo de criar dificuldades para vender facilidades. A manutenção dos vetos é o indicador de êxito da missão.
Imagine se, em abril de 2018, alguém chegasse para ele e falasse assim: ‘Romeu, desista; sua candidatura não irá decolar nas pesquisas’.
(*) Publicado no Jornal Estado de Minas
Alguns aspectos chamam atenção na Assembleia Geral Ordinária (AGO) dos acionistas da holding Alpargatas S.A. realizada…
Quase todo dia, um nome se assanha para ser candidato a governador ou a presidente,…
O 12º Prêmio Sebrae de Jornalismo (PSJ), um dos maiores prêmios em Minas Gerais, está…
Sem partido e sem equipe, o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil se lançou, na…
O técnico do futebol europeu mega campeão Carlo Ancelotti, do Real Madrid, chegará daqui a…
O Brasil continua pequeno, brasilzinho, no cenário internacional. Será que o Ministério das Relações Exteriores,…