Dezesseis horas após dizer que o Brasil, “depois de décadas, agora tem secretário de Cultura de verdade”, Bolsonaro voltou atrás e o demitiu sumariamente. Só não pediu desculpas, embora deveria, pelo nefasto secretário que contratou. Na quinta (16), às 19 horas, disse que ele iria fazer um trabalho atendendo à maioria do povo brasileiro e o agradeceu “por ter aceitado a missão”.
No anúncio da demissão, às 11 horas desta sexta (17), o presidente reconheceu, somente após onda de indignação, que ele fez declaração “infeliz”. “Comunico o desligamento de Roberto Alvim da Secretaria de Cultura do Governo. Um pronunciamento infeliz, ainda que tenha se desculpado, tornou insustentável a sua permanência”. O reconhecimento do presidente referiu-se mais às avaliações de outros do que suas próprias.
Para afastar de si o malfeito, reiterou o “repúdio às ideologias totalitárias e genocidas, bem como qualquer tipo de ilação às mesmas”. Roberto Alvim só agiu assim porque recebeu incentivo do chefe, que não faz outra coisa, ou seja, ideologiza seu governo e modo de pensar de seus seguidores.
Por último, em vez de desculpas, manifestou total e irrestrito apoio à comunidade judaica, representante das principais vítimas da barbárie e dos crimes nazistas do século XX.
Bolsonaro demorou a tomar a decisão e só esperou para identificar o tamanho do estrago. O maior deles seria a vinculação de seu governo, já bastante criticado pelas posturas autoritárias, ao nazismo e suas ramificações tenebrosas. O princípio da democracia está, antes de tudo, no respeito e na capacidade convivência com os diferentes.
A causa da demissão já é sabida, por conta daquele vídeo postado pelo próprio, no Twitter, na noite de quinta-feira. Morreu pela boca, ao copiar trechos de discurso do nazista Joseph Goebbels, ministro da propaganda de Hitler. Internautas sacaram, também, que a música de fundo escolhida para o vídeo é a ópera Lohengrin, de Richard Wagner. Uma das preferidas de Hitler.
O pronunciamento do ex-secretário da Cultura viralizou negativamente nas redes sociais. No Twitter, foram feitas 303 mil publicações sobre o assunto até as 11h30 desta 6ª feira. O monitoramento é da DAPP-FGV (Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas).
Segundo a DAPP-FGV, a partir das 8 horas, o volume de menções aumentou rapidamente, com pico de 1.800 tweets por minuto às 11h11m. Goebbels foi citado em 28% dos tuítes, enquanto o termo “nazista” o de maior predomínio, constando em 32%. Adolf Hitler é mencionado em 12% das publicações. Já Richard Wagner, em 5%.
Minutos antes de sair, Alvim voltou a ser agressivo ao culpar a esquerda pela repercussão negativa. “…estão tentando desacreditar todo o PRÊMIO NACIONAL DAS ARTES, que vai redefinir a Cultura brasileira… É típico dessa corja”, afirmou.
Agora, vamos ver se a atriz Regina Duarte aceita o desafio e, em caso positivo, quanto tempo ficará no cargo. Ela já havia sido convidada anteriormente e recusou. Pode ser que agora mude de ideia e parta para essa aventura.
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Esse pessoal da esquerda e imprensa são mesmos uns canalhas. Se o cara foi infeliz em sua colocação , foi dele e não de Bolsonaro. Agora essa imprensa lixo, juntos com esses esquerdopatas de plantão ficam querendo atribuir ao presidente . Vão todos tomar no meio do Cuzão, cambada de idiotas.
que lixo de reportagem.