De nada adiantou o estilo brejeiramente aliado do governador Romeu Zema (Novo) ao comentar as 100 mil mortes pela Covid-19 sem pôr a culpa no maior responsável por elas. No mesmo dia, sábado (8), o governo Bolsonaro divulgou relatório no qual apresenta um ranking dos cinco estados e os governadores mais afetados pela pandemia. O mineiro ficou em quarto lugar no relatório que aponta os culpados pela tragédia humana da pandemia.
O relatório apresenta um ranking dos cinco estados mais afetados pela pandemia. São Paulo, governado pelo tucano João Doria, que não é mais aliado do presidente, lidera o ranking, com 13.352 novos casos no último sábado. O mesmo estado lidera no ranking de novos óbitos: 281, em 8 de agosto.
Depois de São Paulo, aparecem no ranking de novos casos Rio Grande do Sul, Bahia, Minas Gerais e Santa Catarina. Os estados são governados, respectivamente, por Eduardo Leite (PSDB), Rui Costa (PT), Romeu Zema (Novo) e Comandante Moisés (PSL). Minas aparece com 3.400 novos casos. O relatório usa números absolutos e não considera taxa de mortos e casos por 100.000 habitantes.
A medida adotada por Bolsonaro foi interpretada como tentativa do governo de transferir a responsabilidade das mortes pela pandemia aos governos municipais e estaduais. O relatório foi distribuído pela Secretaria de Governo a aliados do presidente no Congresso Nacional. A relação destaca nominalmente governadores e prefeitos das regiões brasileiras em que há maior incidência e mortes pela covid-19 no país. Os dados são de 8 de agosto de 2020, data em que o país ultrapassou a marca de 100.000 mortos pelo novo coronavírus.
Além de governadores, o governo Bolsonaro culpou também prefeitos pela trágica marca. Ao falar do relatório, os prefeitos lamentaram a postura do governo federal de confronto com prefeitos e governadores. Por meio da Fundação Nacional de Prefeitos (FNP) divulgaram a seguinte manifestação.
“O documento preparado pelo Palácio do Planalto e enviado a parlamentares, com nomes de governantes de cidades que mais têm casos de Covid-19 tem o objetivo de imputar responsabilidades, evidenciando o ânimo de apontar culpados. A FNP lastima mais essa postura do governo federal, que, além de não promover a harmonia federativa, como previsto na Constituição Federal, atrapalha medidas implementadas por prefeitos e governadores para salvar vidas”, diz a nota.
Sempre que o assunto vem à tona, Bolsonaro não se cansa de repetir, equivocadamente, que a competência para tomar decisões sobre a pandemia é dos Executivos locais. A determinação, segundo ele, teria sido do Supremo Tribunal Federal (STF). Na verdade, o Supremo definiu que tanto União como Estados e municípios têm competência para legislar sobre medidas de saúde. E mais, o que incomodou Bolsonaro, é que o governo federal não poderia revogar as decisões de estados e municípios com as quais não concorda.
No sábado (8), Zema apenas postou em uma rede social que o país estava chorando “diante de um dos momentos mais tristes da humanidade”. Já os presidentes da Assembleia Legislativa, Agostinho Patrus (PV), e do Tribunal de Justiça, desembargador Gilson Soares, divulgaram notas oficiais e decretaram luto de três dias em suas instituições.
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