Mais do que a eleição do novo presidente da Câmara de BH, os pré-candidatos ao Senado usam a disputa para se cacifar na briga pela segunda vaga daqui a dois anos. Em 2026, haverá eleição para dois senadores por estado. O meio político dá como certa a eleição do governador Zema para a primeira vaga, no campo da direita. A outra seria do campo do centro ou da esquerda.
Dois dos pré-candidatos, Marcelo Aro (secretário de Zema) e Alexandre Silveira (ministro das Minas e Energia), mobilizam aliados para mostrar forças pelo comando da Câmara de BH. Nesse pano de fundo, os vereadores eleitos e reeleitos irão escolher entre Juliano Lopes (Podemos) e Bruno Miranda (PDT) para presidente do Legislativo municipal.
Antes favorável ao primeiro, tido como da família Aro, o placar começa a mudar a favor do segundo nome, que é o atual líder de Fuad na Câmara. Concentrado em sua própria recuperação, Fuad acabou mudando a rota e liberou seu futuro vice-prefeito, Álvaro Damião (União), para comandar a articulação por Miranda. Aproveitou o momento e dispensou seu secretário de Governo, Anselmo Domingues, que, desde a eleição, que, por andar na dissidência, estava na mira do prefeito.
Em acordo costurado pelo presidente do PSB estadual, Cássio Soares, o prefeito acreditava que a vitória da família Aro não iria comprometer sua gestão. O ministro Silveira, que é de seu partido, mas não é um aliado confiável, entrou na briga para não deixar Aro crescer em seu território. Aí ficou difícil para o prefeito cruzar os braços e não ficar do lado partidário. Diante disso, Cássio saiu de férias e viajou com a família.
Fuad não está blindado na disputa. O seu líder e candidato a presidente da Câmara de BH, Bruno Miranda (PDT), por exemplo, segue também outras orientações. Na última votação da Casa, liberou a bancada governista para derrubar o veto do próprio prefeito à parte de projeto que beneficiava o poder econômico do empresário e dona da SAF do Atlético, Rubens Menin. Seguiu outra orientação.
O favoritismo da família Aro mantém a liderança, mas segue perdendo força. O candidato Juliano Lopes já teve 24 votos, agora tem 21. Ainda ontem, um vereador seria convertido, invertendo o placar.
Avesso a pressões, o presidente da Assembleia Legislativa, Tadeu Leite (MDB) vai cozinhando o processo para eleger três conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE). A pressão vem do próprio TCE, que gostaria de escolher logo a lista tríplice para a quarta vaga, do Ministério Público de Contas. Para isso, precisa ampliar sua composição, hoje com apenas quatro titulares dos sete membros.
Com baixa influência na escolha dos próximos conselheiros do Tribunal de Contas, o governo Zema vai tentar emplacar a candidatura de seu secretário de Governo, Gustavo Valadares. As três próximas vagas são da Assembleia Legislativo. O biênio seguinte do TCE deverá ser estressante para o governo do Novo. Assume a presidência do Tribunal, o conselheiro Durval Ângelo, e o vice será Agostinho Patrus, que será também relator das contas de Zema.
Nesse cenário esquizofrênico na busca por cargos futuros, os secretários de Zema, Gustavo Valadares (de Governo) e Marcelo Aro (Casa Civil), andam batendo cabeça nas prioridades de 2025. Ambos estão falando a mesma linguagem de priorizar as privatizações. Trombando na mesma área, os dois preveem apoio dos deputados estaduais para a venda das estatais mineiras. Ignoram a aprovação do Propag, do senador Rodrigo Pacheco, que prevê a federalização das mesmas empresas, e o apoio que essa proposta tem do presidente da Assembleia, Tadeu Leite.
Na difícil aprovação do Orçamento do Estado para o ano que vem, o governo Zema emplacou R$ 16,8 bilhões extras a título de ‘outros serviços de terceiros e pessoa jurídica’. A rubrica refere-se ao acordo da tragédia de Mariana (rompimento de barragem da Vale). A próxima etapa será a disputa, na Assembleia Legislativa, pela destinação do recurso bilionário.
Ainda na votação do orçamento, o Judiciário conquistou 16% de reajuste. O Ministério Público do Estado e a Defensoria Pública ganharam a aprovação da criação de seus fundos.
Por conta da transição de gestão que se efetiva no próximo dia 1º, a Associação Mineira de Municípios (AMM) uniu-se à CNM para criticar a decisão do STF de bloquear as emendas parlamentares. O Supremo determinou o bloqueio de R$ 4,2 bilhões. De acordo com o presidente da AMM, Marcos Vinicius, a medida afeta os serviços essenciais de saúde municipal. “Esse bloqueio, arbitrário, em meio a um cenário econômico nebuloso, coloca em risco até mesmo a crença de que a União possua dinheiro para repassar aos municípios”, apontou ele. E acrescentou: “Não é razoável que o processo de transparência nas emendas parlamentares paralise todo o sistema de saúde. Especialmente, neste momento de transição de governo, que depende da regularidade desses recursos para garantir o atendimento à população”.
(*) Publicado no Jornal Estado de Minas
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