A CPI da Cemig na Assembleia Legislativa começou a abrir a caixa de ferramentas das denúncias que envolvem a atual gestão da estatal mineira. Nesta primeira semana, os deputados estaduais fizeram descobertas bastante graves na avaliação deles. Além de contratos irregulares, identificaram uma gestão paralela feita pelo partido Novo, do governador Romeu Zema, nas decisões da companhia, especialmente a favor de sua privatização.
As ligações perigosas, envolvendo o partido de Zema e a estatal, foram identificadas na contratação empresa de recursos humanos, a Exec, feita sem licitação e de maneira informal. A mesma empresa teria sido contratada pela direção estadual do Novo com o objetivo de selecionar candidatos para disputar eleições e até ocupar cargos no governo Zema. Dessa vez, atuou para preencher altos cargos na direção da estatal.
De acordo com o deputado Professor Cleiton (PSB), a indicação da Exec para a Cemig teria sido feita pelo empresário Evandro Veiga Negrão de Lima. Ele não atua na companhia, mas integra o diretório do partido Novo. Cleiton denunciou ainda que a empresa Exec teria como sócios filiados à agremiação partidária. Por isso, a CPI aprovou requerimento intimando Evandro Veiga a prestar depoimento na condição de testemunha.
Ouvido pela CPI, nessa quinta (19), o diretor-adjunto de gestão de pessoas da Cemig, Hudson Felix Almeida, tentou justificar a contratação da Exec. Na condição de investigado, Hudson admitiu que fez a convalidação da contratação dessa empresa depois que o serviço foi prestado. Ou seja, formalizou o contrato que estava irregular por ter sido feito sem cumprir as regras legais de licitação.
O diretor não soube precisar quem decidiu contratar a empresa, limitando-se a dizer que essa foi uma escolha do Governo do estado. Admitiu também que não acompanhou o processo de contratação que levou a escolha do atual presidente, Reynaldo Passanezzi Filho, retrucado pela Exec. Antes de assumir a presidência da Cemig, Passanezzi era dirigente da estatal colombiana Isa, a maior interessada na compra de subsidiárias da estatal, como a Taesa (transmissão de energia).
A direção da Cemig reconhece que a Isa terá preferência de compra por ser sócia da estatal mineira em algumas de suas subsidiárias. Hudson Almeida afirmou que a Exec é uma empresa qualificada, que atende a grandes clientes e que o valor cobrado pelo serviço ficou abaixo da média de mercado. Ele ainda garantiu que a contratação sem licitação é prevista na legislação e em regramentos internos da Cemig.
O principal serviço prestado pela Exec foi o recrutamento para maior cargo da Cemig, de presidente, em janeiro de 2020. Pouco mais de 30 dias depois, o escolhido Passanezzi contratou oficialmente a Exec que aprovou seu nome. Por meio de três escritórios de recursos humanos, contratados sem licitação, a estatal consumiu R$ 1,3 milhão para fazer seleção e recrutamento de seu novo comando.
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