Política

Governo Zema está perdido na negociação da dívida de Minas

Ansiedade, desconfiança e a desconexão da realidade levam o governo Zema a cometer erros e trapalhadas na condução das negociações da dívida de R$ 160 bilhões junto ao governo federal. Por isso, está com dificuldades para apresentar suas demandas na operação denominada encontro de contas e avaliação de estatais. Agora, fala em pedir prazo maior, além dos 120 dias conquistados junto ao Supremo Tribunal Federal. Deixa de fazer a boa política e de diálogo, ao mesmo tempo em que ignora os verdadeiros interlocutores da operação.

Numa agenda confusa e desconexa, o governador Zema abriu o ano reunindo-se com o secretário do Tesouro Nacional, quando a audiência deveria ser com ministro ou presidente da República. Saiu de lá menor e arrependido. Depois, o governo diz que irá ao STF pedir mais prazo numa demonstração de ansiedade combinada com inabilidade política e administrativa.

Prazos são políticos

Primeiro, o mesmo Supremo acabou de conceder, no final de 2023, o prazo de 120 dias, solicitado pelo próprio governo mineiro, com aval do governo federal e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. A Advocacia Geral do Estado deverá desaconselhar. Segundo, a medida, se necessária, deveria ser precedida de entendimentos das partes que integram a negociação.

O governo precisa entender que os prazos não são técnicos, de estudos longos, mas políticos, de entendimentos que superam as dificuldades dos primeiros.

Aliança com outros estados

Nos próximos dias, o presidente da Assembleia Legislativa, Tadeu Leite (MDB), deverá se reunir com o presidente do Legislativo do Rio de Janeiro, para selar o pacto pela renegociação da dívida dos estados. A iniciativa deverá envolver os estados mais endividados para que apoiem a proposta alternativa de Rodrigo Pacheco pela renegociação da dívida de Minas. A medida pode favorecê-los também ao mesmo tempo em que fortalece e sustenta a proposta que irá tramitar no Congresso Nacional. Além do Rio, o modelo poderá ser adotado pelo Rio Grande do Sul e Goiás, que já aderiram ao Regime de Recuperação Fiscal e continuam quebrados, e São Paulo, o maior endividado.

(*) Publicado no jornal Estado de Minas

Orion Teixeira

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