Duas semanas depois de reeleito, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD) já adiantou que irá manter o atual secretariado, mas com uma novidade. Vai transformar o futuro vice-prefeito, o economista Fuad Noman (PSD), numa espécie de supersecretário com influência sobre os demais.
A nova pasta vai reunir os principais desafios em temas sensíveis que ficaram sem respostas no atual mandato. Entre eles, o transporte coletivo, com a famosa caixa preta da BHTrans (empresa de transportes e trânsito da capital), população em situação de rua, enchentes, entre outros.
Por esse modelo, Fuad Noman será mais do que vice, supersecretário e homem de confiança, mas o prefeito de fato e em exercício, liberando o prefeito para as articulações políticas. Eleito como apolítico, Kalil tomou gosto e percebeu que, sem fazer política, não poderá alçar voos mais altos. Por exemplo, como o de candidato a governador ou até a vice-presidente, ou ainda, a presidente. Se a eleição traz consigo um estado de lua de mel, a de reeleição é ainda mais animadora, como também de sonhos.
O modelo que Kalil pretende adotar é mais ou menos parecido com aquele que o então governador Aécio Neves (PSDB) implantou com seu vice, Antonio Anastasia (à época, tucano). No segundo mandato dele, em 2017/2010, Anastasia, como vice, assumiu secretarias estratégicas e, depois, assumiu o governo, quando o titular deixou o cargo para disputar o Senado. Fuad Noman fez parte do governo tucano como secretário da Fazenda. Anastasia foi, em seguida, reeleito governador. Hoje, é senador e filiou-se ao PSD e deverá ser candidato à reeleição na chapa de Kalil ao governo estadual em 2022.
No governo Kalil, Fuad foi secretário da Fazenda e responsável por organizar as finanças da prefeitura. Nesse mandato, fez um caixa “robusto”, como disse Kalil em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura. Eles poderiam ter feito as obras contra enchentes da Avenida Vilarinho, mas adiou para o segundo mandato, já que não havia oposição que os pressionassem. Agora, o vice será o braço administrativo de Kalil na prefeitura.
Na política, Kalil pretende ter tempo para conversar com todos os setores, segmentos e partidos, ampliando até o flerte com a esquerda. Seu protagonismo na prefeitura é do tipo que não aceitará sombras. Irá participar de inauguração de todas as obras, até mesmo quando deixar o cargo, caso venha disputar o Governo de Minas a partir de abril de 2022. Em 2018, o prefeito cogitou duas opções para governador, a própria candidatura ou a de Fuad Noman, mas recuou por razões não explicitadas.
Na última segunda (30), ao ser perguntado sobre candidatura presidencial, disse que “se for carregado, eu vou”. Seu estilo político lembra um pouco o ex-governador Hélio Garcia, mas seu sonho de consumo é o de JK. Numa ordem progressiva, o segundo foi prefeito de BH, governador de Minas e presidente da República. Antes, terá que enfrentar o atual governador Romeu Zema (Novo), que deverá disputar a reeleição. Enquanto os problemas não reaparecem, sonhar não atrapalha.
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