O Ministério da Saúde caminha para a militarização de suas ações. Desde o início da semana, já foram nomeados 13 militares do Exército e de outras forças. Não se discute aqui a seriedade, a responsabilidade e a competência dos militares na vocação original deles, para a qual foram treinados. Refiro-me, claro, à defesa nacional e estratégica e ao trabalho nas fronteiras, enfim. Convenhamos, governo não é a praia deles, como ficou provado nos 20 anos de regime militar, muito menos a gestão da saúde pública. A tendência é fazer o que fazem nos quartéis, cumprir as ordens superiores. E a ordem é usar cloroquina para combater a doença do coronavírus, sem discutir sua eficácia e comprovação científica.
Diante disso, o Ministério da Saúde (ou os militares da saúde) divulgou, na manhã desta quarta (20), o novo protocolo para o uso da cloroquina no tratamento de pacientes da Covid-19. Seguiram ordens de Bolsonaro, autorizaram a utilização do medicamento.
Tudo somado, deduz-se que os militares aderiram ao posicionamento de Bolsonaro no combate à tragédia. Tal é a importância que Bolsonaro dá ao ministério que o setor mais vulnerável e mais crítico do governo está sem um ministro, e sem um ministro que entenda de saúde. O interino, general Eduardo Pazuello, assumiu a responsabilidade de seguir as orientações do presidente até porque não teria argumentos técnicos, científicos e sanitários para contrariar. Ele não é da área (saúde pública), muito menos Bolsonaro.
Como Bolsonaro, o general também é um leigo em saúde pública e está fazendo o que dois ministros técnicos da área se recusaram a fazer. Talvez, essa seja o papel dos militares. Implantam as mudanças de Bolsonaro e, depois, ele indica alguém da área para tocar a nau sem rumo.
Ontem, Bolsonaro reafirmou que suas razões para uso do medicamento são ideológicas, baseadas no negacionismo. Ao dizer, nessa terça (19), que quem é de direita toma cloroquina e os de esquerda, tubaína, fez piada de mau gosto e de mórbido humor, às gargalhadas. No mesmo dia, mais de mil brasileiros morriam pelo coronavírus. Nesta quarta, tentou se desculpar por mais um desrespeito, mas a tragédia segue seu curso descontrolado e sem coordenação do governo. E la nave va.
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É o exercito na área, pelo menos eles não ficão recolhendo bandeira do Brasil, igual esta fazendo a guarda municipal do ceará,