A crítica irônica é do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (ex-DEM): “Governo Bolsonaro consegue sua primeira nota 10!!!”, tuitou Maia, após o anúncio, pelo IBGE, da inflação de 2021. Além de estourar a meta, a inflação fechou o ano passado em 10,06%, maior alta dos últimos seis anos.
A meta de inflação era de 3,75% em 2021, com tolerância até o máximo de 5,25%. Com isso, o poder de compra do brasileiro caiu assustadoramente em plena pandemia. Não adianta o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, recorrer ao economês para culpar fenômenos naturais e a economia mundial. Até porque a carestia maior está nos chamados preços administrados, como combustíveis e energia elétrica.
Com os reajustes nas bombas, a gasolina acumulou alta de 47,49% em 2021 e o etanol chegou a 62,23%. O custo da luz registrou alta de 21,21% com a crise hídrica. Na alimentação e bebidas, o café moído subiu 50,24% e o açúcar refinado teve elevação de 47,87%. Como advertem os economistas, a inflação mais alta requer juros também mais altos, afetando, em consequência, o crescimento econômico. Uma bola de neve.
Tudo somado, além da pandemia, o governo Bolsonaro perde para a inflação também, cujo controle foi a maior conquista Plano Real. O efeito óbvio é mais queda de popularidade para um governo que não controla a economia nem cuida da saúde dos brasileiros.
Na área política, a movimentação é pela criação, ou recriação, da CPI da Covid no Senado, apesar de ter suas denúncias engavetadas, até agora, pelo Ministério Público Federal. A CPI expôs, pelo menos, a negligência, omissão e descaso do governo no combate à pandemia, obrigando-o por outro lado a recuar e a comprar as vacinas.
Um dos membros da CPI anterior, o senador Randolfe Rodrigues (Sustentabilidade-AP) anunciou que irá protocolar requerimento com esse objetivo. Segundo ele, a comissão investigaria as ações e omissões do Governo federal no enfrentamento à pandemia a partir de novembro de 2021. Entre os pontos levantados, estão o atraso e a insuficiência na vacinação infantil, a insuficiência de provisão de doses de reforço em 2022. E mais, os ataques de Bolsonaro (PL) aos técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que aprovaram a vacinação infantil.
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