Por sua atuação municipalista, Julvan Lacerda, ex-presidente da Associação Mineira dos Municípios, foi homenageado com o título de cidadão honorário de Belo Horizonte na segunda (27). Na mesma solenidade, na Câmara de BH, o ex-governador Fernando Pimentel (PT) foi alvo de duras críticas nos discursos dos ex-presidentes da Associação e ex-prefeitos. Já o ex-prefeito de BH e pré-candidato a governador, Alexandre Kalil (PSD), apanhou porque não teria apoiado a luta da AMM na briga com o governo estadual para receber recursos retidos.
Julvan, que também é vice-presidente da Confederação Nacional dos Municípios, foi agraciado por sua defesa em favor do resgate de cerca de R$ 14 bilhões bloqueados pelo governo mineiro. Desses recursos, R$ 7 bilhões referiam-se a R$ 6 bilhões não repassados pela gestão de Fernando Pimentel (PT) e R$ 1 bilhão no governo Zema (Novo), referentes ao ICMS, IPVA e Fundeb.
Outros R$ 7 bilhões eram recursos bloqueados na área da saúde por vários governos, dos quais R$ 4 bilhões pelo atual governo. Após intensas negociações, Julvan Lacerda conseguiu, por meio de intervenção do Tribunal de Justiça e do Ministério Público, recuperar os valores retidos de maneira parcelada.
O primeiro a dar o tom crítico foi o vice-presidente da Assembleia Legislativa, deputado Antônio Carlos Arantes (PL). Em mensagem enviada e lida pelo mestre de cerimônias, Arantes cumprimentou Julvan por sua atuação e disse que o atual governo herdou uma “lama nas contas de Minas”. Em seu discurso, Julvan disse que a gestão de Pimentel fez uma “invasão de competência nos caixas dos municípios e um afronta ao povo de Minas Gerais”. Ele disse que a situação era tão grave que muitos prefeitos ficaram deprimidos, alguns renunciaram e que houve até suicídio entre eles por conta da crise financeira do município.
Mais cedo em entrevista, o governador Romeu Zema, sucessor de Pimentel e pré-candidato à reeleição, fez crítica semelhante ao petista. “Em Minas, o governo Pimentel, do PT, confiscou esses recursos (que deveriam ser repassados às prefeituras). Nós tivemos prefeitos que renunciaram na gestão dele, prefeitos que adoeceram e prefeitos que se suicidaram porque teve prefeitura que ficou sem condição de pagar folha de pagamento”, declarou Zema, sem dizer quais teriam sido os prefeitos que cometeram suicídio.
Antônio Júlio de Faria, ex-presidente da Assembleia Legislativa e da AMM, falou três vezes seguidas que Pimentel “quase quebrou” o estado. “A AMM era um braço do governo porque quem dava ordem era o governador”, acusou.
Autora da homenagem, a presidente da Câmara, Nely Aquino (Podemos), disse que tomou a iniciativa porque Julvan é “o maior líder municipalista do Brasil”. Julvan vinculou a concessão do título ao trabalho realizado à frente da AMM, entre os anos de 2017 até junho de 2022. Para ele, o principal feito durante sua gestão na AMM foi a negociação de dívida do estado com as cidades mineiras.
Nessa hora, sobraram críticas também para Kalil. “O ex-prefeito de BH não quis entrar para ajudar e ainda falou que não precisava desse dinheiro, que a cidade dele é rica. E eu falei para ele ‘o sr. pode até não precisar, mas tem quem vive na sua cidade que precisa. Eu conheço todo mundo que vive na minha cidade. Lutamos até o fim e conseguimos”, contou.
Segundo Nely Aquino, a capital mineira recebeu R$ 500 milhões dessa conquista da AMM. Ela criticou o que chamou de “empáfia” do ex-prefeito de BH que o impede de enxergar a realidade. “Ele abandonou o cargo para se candidatar e é incapaz de enxergar qualquer coisa, nem a cidade que ele deixou nesse caos. Está acima de tudo e de todos”. O ALÉM DO FATO está aberto às manifestações de Pimentel e de Kalil.
Pimentel reagiu e adiantou que irá processar o sucessor por calúnia e difamação. Veja, na íntegra, a nota divulgada pelo petista. “O atual governador continua na sua insanidade proferindo acusações falsas e afirmações mentirosas contra mim e contra o PT. Sua perversidade não tem limites. Chegou agora ao ponto de associar o suicídio – uma das maiores tragédias humanas – às suas críticas fantasiosas e absurdas”.
“Uma blasfêmia, proferida pelo mesmo irresponsável que dizia ser importante “deixar o vírus viajar pelo Estado”, no início da pandemia que matou mais de 60 mil mineiros e mineiras.
Já que não para de mentir e agredir a verdade, desta vez Romeu Zema vai responder na justiça por calúnia e difamação”.
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