Política

Presidente Bolsonaro insiste em desafiar a lógica, a ciência, Mandetta e o coronavírus

O presidente Jair Bolsonaro voltou a provocar aglomerações nesse sábado (11-04), contrariando orientações das autoridades sanitárias, em especial do seu ministro da Saúde, Henrique Mandetta, no enfrentamento ao coronavírus. O presidente visitou as obras de um hospital de campanha em Águas Lindas de Goiás (GO), a 57 km de Brasília, e retirou a máscara para cumprimentar as pessoas.

Contra o isolamento social, sob o argumento de que a crise econômica será pior do que a pandemia da Covid-19, Bolsonaro vem estimulando, com suas saídas frequentes, a população de todo o pais a fazer o mesmo. Parece estar dando certo. Nos últimos dias, aumentou a presença da população nas ruas de grandes cidades, em especial das capitais.

Na Sexta-Feira da Paixão, em visita que fez ao filho numa região nobre de Brasília, o presidente já havia limpado o nariz com o antebraço e, logo na sequência, pegou na mão de três pessoas, entre elas uma senhora de idade. Na quinta, nova aglomeração em uma farmácia e em uma padaria na Asa Norte, também em Brasília.

A atitude do presidente em Goiás foi criticada pelo ministro Mandetta, o que deve acirrar ainda mais a relação entre ambos – o que colocou a cabeça do ministro a prêmio. “​Posso recomendar, não posso viver a vida das pessoas. Pessoas que fazem uma atitude dessas hoje, daqui a pouco vão ser as mesmas que vão estar lamentando”, afirmou.

O governador de Goias, Ronaldo Caiado (DEM), um aliado de primeira hora, mas que rompeu com Bolsonaro exatamente por conta de suas posições em relação ao coronavírus, também o criticou. “Eu sigo a parte da ciência e sigo também as regras do Ministério da Saúde”, disse o governador, que é médico.

As críticas ao seu comportamento, que vem de vária partes do mundo, não abalam Bolsonaro. Ele parece ter se lançado numa cruzada para enfrentar, de peito aberto, o coronavírus, um inimigo invisível que colocou o planeta de ponta cabeça. É um dos poucos líderes mundial que quer o povo na rua, trabalhando, na base do seja tudo como Deus quiser.

Países que adotaram inicialmente esse caminho se deram muito mal. Vide os casos da Itália e Espanha, onde o número de mortes é assustador. Portanto, se a ciência estiver certa, Bolsonaro já perdeu essa guerra. O que para os brasileiros será uma catástrofe.

Ricardo Campos

Ver Comentários

Posts Relacionados

Lockheed recompra mais US$ 2 bi em ações

A Martin Lockheed realizará nova recompra de ações do capital. Desta vez, o Conselho de…

1 dia atrás

Futuro de Pacheco está nas mãos de Lula e de Alcolumbre

O futuro do senador Rodrigo Pacheco (PSD), se vai para o STF ou para a…

1 dia atrás

AMM: partidos só querem aumentar o caixa nas eleições

De olho na fatura do fundo partidário, os partidos políticos irão investir pra valer no…

5 dias atrás

Falta de engenheiros deixa em alerta o futuro da atividade

A escassez de profissionais levou o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais…

7 dias atrás

AMM: 70% dos impostos são “sequestrados” por Brasília

Defensor convicto do municipalismo, o presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM) e prefeito de…

1 semana atrás

Lula e Tarcísio travam sucessão em Minas

Todos cobram uma definição do senador Rodrigo Pacheco (PSD), se será ou não candidato a…

1 semana atrás

Thank you for trying AMP!

We have no ad to show to you!