Com Bolsonaro fora, governadores aliados vão decidir o próprio rumo, foto reprodução Youtube
A prisão preventiva e, sequencialmente, definitiva do chefe do bolsonarismo deverá rachar a direita raiz, comandada pelo clã Bolsonaro, e a direita do Centrão, aliada ao ex-presidente. Muito mais por razões mais de sobrevivência do que ideológicas, ainda que ambas tenham raízes semelhantes.
Desde o julgamento de Bolsonaro, o campo da direita tentava decidir o próprio futuro prevendo a inelegibilidade dele. Zema chegou a dizer que Bolsonaro atrasava a definição, dificultando que o surgimento de outros nomes. O governador paulista Tarcísio de Freitas foi por várias vezes intimidado publicamente pelos filhos 01, 01 e 03. Bastava o governador paulista emitir alguma opinião, apanhava muito.
Refém que é do bolsonarismo, ele foi aconselhado a recolher armas e dizer que iria disputar apenas a reeleição em São Paulo. Foram chamados de “canalhas” por outro filho, que viu nos governadores mais interesse em suceder o pai do que lutar pela liberdade dele.
Agora, com Bolsonaro limitado na prisão, não seguirão a orientação dada pelos próprios filhos de que eles serão agora os porta-vozes do pai. Ficarão mais à vontade para seguir os próprios rumos, mas desde já saibam que irão sofrer o combate dos filhos e do bolsonarismo raiz.
Um dos filhos, ou Michele, deverá representar o chefe na disputa presidencial, mantendo alguma herança de 20%, tirando os votos do centrão. Esse racha interno vai favorecer Lula (PT), que buscará parte do centro para se reeleger.
Com o risco de o senador Rodrigo Pacheco recusar a disputa ao governo de Minas, Lula terá que achar solução rápida que fortaleça seu palanque no estado que define a eleição presidencial. Pacheco ainda se ressente de não ter sido o escolhido ao STF, mas se fosse, ele não poderia atender a Lula em Minas. Sem o senador, a reeleição de Lula teria as opções Marília Campos, a prefeita eleita quatro vezes em Contagem (Grande BH), e o indomável Alexandre Kalil (PDT). Sob pressão, Marília inclui até o nome do pré-candidato Gabriel Azevedo (MDB) na lista das alternativas. Provavelmente, o MDB poderá ser a cabeça da chapa caso Pacheco decida ir à luta. Ainda há o nome do presidente da Assembleia Legislativa, Tadeu Leite, filiado ao MDB, mas não parece disposto a enfrentar a campanha majoritária e trocar a zona de conforto por onde circula.
O tempo está passando rápida e negativamente para o campo de Lula e em favor crescente da proposta adversária. O vice-governador Mateus Simões tomou o PSD de Pacheco e, agora, vai focar suas ações para tirar o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) da briga.
Com sede de poder e a máquina sob seu controle, Simões será concorrente forte, reeditando a polarização direita e esquerda, mas de olho em um pedaço do centro. Mas ansiedade é bom segurar, porque a eleição só começa quando o quadro ficar completamente definido.
O secretário-geral do PSD e ministro das Minas e Energia, o mineiro Alexandre Silveira, dará entrevista, nesta segunda (24), ao programa Roda Viva, da TV Cultura. Será uma boa oportunidade para um dos principais aliados de Lula explicar as razões por sua complacência com a entrega do partido ao inimigo político. E mais, depois disso tudo, ainda continua no partido, que, em Minas, agora é de Mateus Simões.
Se Pacheco foi grande na presidência do Senado no momento que a República democrática mais contou ele, seu sucessor, Davi Alcolumbre, ficou pequeno diante da nomeação ao STF. Ora, a prerrogativa da indicação é presidencial e ele, apesar de conduzir a aprovação, não pode querer que prevaleça o nome que deseja. O governo não é dele. Não há na história política brasileira, um caso de reprovação do nome presidencial para o Supremo.
O ímpeto impensado de Alcolumbre não será suficiente para inaugurar o ‘impeachment’ de ministro do Supremo antes da posse do magistrado. Deverá ter votação tão apertada tanto quanto foi a recondução de Paulo Gonet à PGR, mas deverá passar.
Será interessante verificar a revelação do voto do senador mineiro sobre a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para ministro do STF. Ao contrário de Alcolumbre, deverá se manifestar e votar sim.
A avaliação foi feita pelo cientista político e especialista em eleições e pesquisas, Antonio Lavareda, em artigo publicado pelo jornal Folha de S. Paulo na última sexta (21). Ao contrário do que se agarrou a oposição e a direita, o tema segurança pública continuará ruidoso, mas não determinante para a escolha presidencial. A razão apontada por ele é que a segurança não é responsabilidade única do presidente da República, mas compartilhada com os 27 governadores de Estado e do Distrito Federal, que detêm o comando das maiores forças policiais do país.
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