Política

PSD mineiro contraria Pacheco e tenta guinada à direita

Sem saber do futuro próximo, o PSD/MG contraria a manifestação de sua principal liderança política: o senador Rodrigo Pacheco. O partido realiza hoje, em BH, encontro estadual para filiar diversos prefeitos com aval e presença do presidente nacional Gilberto Kassab, e fortalecer a ala governista. A festa era para ser mais animada, pois acreditava-se que poderia ser coroada com a filiação do vice-governador Mateus Simões, pré-candidato do Novo a governador em 2026.

A medida foi adiada por conta de Pacheco, que cobrou do partido, no dia 2/9, “um freio nas movimentações internas para aderir a projetos eleitorais de políticos da extrema-direita“. Disse ainda que não pretende sair do PSD.

O gesto e guinada do partido do centro à direita são atribuídos ao primo do senador, o deputado estadual e presidente do PSD/MG, Cassio Soares. “Estamos sendo expulsos do PSD”, reagiu o deputado federal Luiz Fernando Faria, um dos mais próximos a Pacheco, ao considerar “antiética” a iniciativa de filiar e apoiar Simões. “Está faltando respeito. O senador Rodrigo é uma das maiores lideranças políticas do partido e que, até então, é pré-candidato a governador”, reforçou.

Na última quarta (10), Simões disse à Band News que não pode ir para o partido do principal concorrente. Disse, no entanto, que o PSD está com o governo Zema (Novo) desde o 1º mandato: “espero que continue conosco”.

Por sua vez, Cassio contestou as críticas. “Não há e nem houve em momento algum mal tratamento ou sequer desrespeito aos nossos parlamentares. Mantenho contato com o senador Pacheco e, por vezes, tentei contato com o Luiz. O Luiz não retornou as últimas vezes que tentei contato. O evento será para reunirmos os prefeitos e prefeitas. Todos os parlamentares do PSD de Minas foram comunicados e convidados com a devida antecedência”.

Pacheco briga pelo PSD

Antes de assumir a disputa pelo governo de Minas no ano que vem, Pacheco resolveu entrar em outra briga, a do controle político de seu próprio partido em Minas. O senador não irá ao encontro estadual de hoje, segundo Faria, por ter sido convidado protocolarmente e sem o reconhecimento de sua liderança.

Ministro em evento anti-Lula

Apesar de indeciso, o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), estava inclinado a ir ao evento de seu partido, que terá uma conotação de oposição a Lula. Se for, terá que fazer a defesa do petista.

Kassab não garante nada

O partido de Gilberto Kassab não tem projeto político próprio, adotando aquele do futuro governante, caso escolha apoiar o candidato certo. Com a condenação de Bolsonaro, impactando as eleições do ano que vem, a direção nacional também entrou em parafuso. Integrante do Centrão, ficará de olho na avaliação popular de Lula.

Zema: engajamento inútil

Depois de apostar, sem sucesso, no antilulismo e radicalizar no bolsonarismo, o marketing do pré-candidato presidencial Romeu Zema (Novo) decidiu trocar o cabo eleitoral. Agora, contrata até influenciador digital. Em seu último vídeo, contratou a presença do figurante profissional Fernando Lancelot, que aparece atrás de Zema, quando compra em uma farmácia uma proteína, segundo o governador, “para dar conta”. Foi visto por mais de 2 milhões no Instagram e outros 600 mil no TikTok, que não viram Zema nem ouviram o discurso que ele não fez. Essa mudança poderia ser evitada com exemplos caseiros. A ex-candidata do Novo à prefeitura paulistana, Maria Helena, foi a 6ª com maior engajamento no Brasil nas eleições de 2024, mas registrou um fracasso nas urnas (1,38% dos votos).

Cabeças de candidato

Tem candidato indeciso (não sabe que lado vai); solitário (que fica sem grupo), arrogante (acha que é Deus), entre outros. Em vez de entender a cabeça do eleitor, é preciso entender a dos políticos. O que se passa na mente de quem decide disputar uma eleição? Quais são os segredos que determinam a vitória ou a derrota nas urnas? As respostas estão no livro ‘Cabeça de Candidato’ que os marqueteiros Alberto Lage e Iracema Rezende lançam no dia 4/10, em BH.

Delgado: turrão e autêntico

Durante muito tempo, perguntavam quem era mais teimoso: Tarcísio Delgado ou Itamar Franco. Apesar de algumas divergências, ambos tinham mais convergências. Foram prefeitos de Juiz de Fora, filiados ao ‘MDB Autêntico’, ala do partido mais combativa à ditadura militar nos anos 70. Ainda eram obstinados na defesa radical da soberania nacional e da democracia e da revisão do pacto federativo e da dívida de Minas com o governo federal. Na sexta passada, calou-se a voz de Delgado, o último dos autênticos. Que siga em paz!

Soberania: minerais críticos

As ameaças à soberania brasileira motivaram o projeto de lei de iniciativa do deputado federal Patrus Ananias (PT). O texto coloca o Estado no controle do aproveitamento dos minerais críticos, por meio do Conselho Nacional de Política Mineral. Além da soberania, esses minerais – lítio, níquel, cobalto, cobre, manganês, zinco e os elementos conhecidos como terras raras – são considerados estratégicos para a transição energética, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis.

OP: de Patrus a Damião

Os vereadores petistas Luiza Dulci e Pedro Patrus promovem, nesta segunda (15), o seminário Orçamento Participativo, na Câmara de BH, avaliando a trajetória desse instrumento de participação popular e democracia direta. O ex-prefeito de BH e um dos idealizadores do modelo, Patrus Ananias, contará sua experiência sob o olhar atento de um dos convidados, o atual prefeito Álvaro Damião.

Orion Teixeira

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