Zema é homenageado no Instituto Histórico Geográfico de Minas Gerais, foto Tiago Parrela/Amagis
Ao descobrir que não é conhecido fora de Minas e que não tem marcas, o governador Zema (Novo) passou a comer cascas de banana para viralizar nas redes. A receita vem da incompreensão da combinação entre o real e virtual. Quando o político troca as técnicas do marketing pelas de jogador de futebol e de artistas nas redes, o resultado é desastroso. Aquele mostra mulheres, carros e alguns gols; outros exibem namoricos e corpos sarados. Político deve exibir entregas para ter relevância.
Tanto é que Zema viralizou mais pela banana do que por seus feitos. A única conquista foi ter ganhado palanque do governo Lula, que passou a dar o troco ao ser criticado. Bombar nas redes traz também riscos. Como dizem lá em Araxá: “o risco que corre o pau também é do machado”.
Da parte de Lula, um erro primário, porque Zema não tem musculatura para ser o rival. Está ali só para cansar o governo, que, até agora – erro maior – não tem nenhuma campanha de comunicação dizendo o que está acontecendo e o que está fazendo. Transformada em balcão de negócios, a Secom dele ainda tem fornecedor do governo anterior. É preciso agir rápido, caso contrário os rivais poderão identificar o lulismo com o antipetismo, que ainda é muito forte.
Bolsonaro também não é rival (inelegível e réu), mas o bolsonarista Tarcísio de Freitas, governador paulista, tem sido comparado à bomba atômica para Lula 4.0.
No ambiente tradicional do Instituto Histórico Geográfico de Minas Gerais (IHGMG), Zema tomou posse, no último sábado (15), como presidente de honra do instituto. Quando todos usavam paletó e gravata, como recomenda o cerimonial, ele apareceu com aquela camisa de fábrica, lembrando aqueles uniformes da Usiminas, com o triângulo de Minas estampado do lado esquerdo do peito. Foi lá para assumir a honraria, já recebida por ex-governadores, entre eles, Eduardo Azeredo, que, como membro, participou do evento. O espaço é chamado de Casa de João Pinheiro, ex-governador que ajudou a fundar o instituto. JK esteve lá como prefeito, governador e presidente, como incentivou o presidente da casa, J. C. Serufo.
Presidenciável, Zema gostou da ideia e caprichou no discurso, mas confundiu mineirice e mineirês com mineiridade. “Sou fã da mineirice e, como governador, tenho divulgado, faço tudo para valorizar aquilo que é mineiro. Temos sotaque típico, palavras que só nós falamos”, disse, orgulhoso.
Apesar do bom estado do IHGMG, Zema deve ter visto a degradação do Edifício JK, que abriga o instituto. São visíveis o abandono e a infiltrações no prédio, que abriga também a 1ª Risp (Região Integrada de Segurança Pública). O MPMG entrou, há dias, com ação contra a síndica do condomínio e seu reinado de mais de 40 anos. Em outras capitais, um espaço como esse seria ponto turístico do circuito JK e Niemeyer.
Ele será o 5º depois que quatro antecessores fracassaram na função de articulador político de Zema junto à Assembleia Legislativa. Já caíram do cargo de secretário de Governo, Custódio Mattos (PSDB), Bilac Pinto (União), Igor Eto (Novo) e Gustavo Valadares (PMN). De estilo duro para alguns e truculento para outros, Aro terá que entender o novo papel da Assembleia; caso contrário, terá o mesmo destino. Na dúvida, ele chega oferecendo proteção, apontando como trunfo sua boa relação com o Ministério Público.
O MPMG deixou de ser provedor de recursos do governo do Estado. Ainda hoje, o órgão financia a restauração do Palácio da Liberdade e apoia operações das polícias, além de ter ajudado a viabilizar os acordos das tragédias de Mariana e Brumadinho. Com as mudanças internas, as áreas criminal e ambiental perderam a atuação de antes, talvez, por falta de transição.
As marchinhas do concurso Mestre Jonas caíram na polarização política. Na sexta (14), o 1º lugar ficou com Lívia Itaboray, que “Perdeu o marido para a BET” (apostas da internet). Alexandre Rezende ficou em 2º lugar com “Chupê Tinha”, com foco no bolsonarismo de Nikolas Ferreira. “Um rapaz que não engana. Diploma de olavista, de gado bolsonarista, conversinha com golpista, é o shape de fascista”. Nessa hora, apareceu em cena o personagem de Carlos Zambelli apontando arma para todos.
O PL de Bruno Engler e de Caporezzo abriu o ano com dupla derrota na Assembleia de Minas. Na 1ª disputa, os bolsonaristas foram derrotados por uma mulher de esquerda. Caporezzo foi superado por Bella Gonçalves (PSOL) na briga pela presidência da Comissão de Direitos Humanos. A segunda derrota é emblemática pelo rompimento de acordo entre lideranças, que evitaria o confronto. Descumprir acordo ali é o mesmo que não honrar a palavra.
(*) Publicado no Jornal Estado de Minas
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