Turbulências: Zema, Pacheco e Haddad, fotos Cristiano Machado/ImprensaMG, Agência Senado e Rovena Rosa/ABR
Por muito pouco, o governador Zema não conseguiu implodir o acordo do plano B como solução da dívida de Minas com o governo Lula. Construída pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o presidente da Assembleia Legislativa, Tadeu Leite, a proposta substituirá o projeto do governador de adesão de Minas ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF).
Zema resiste todo o tempo. Já convocou apoio dos prefeitos, fez ameaças de atraso de salários e espalhou mentiras e fake news para dinamitar as conversas. Ele quase teve êxito, quando, em 22 de novembro, divulgou vídeo do encontro dele e de outros governadores com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Realizado em 24 de maio passado, o encontro foi para pedir o ressarcimento do dinheiro que Bolsonaro tomou deles com a redução do ICMS de combustíveis. A iniciativa foi desespero bolsonarista (agosto de 2022) ante a iminente derrota para Lula. Minas perdeu com o abuso R$ 12 bilhões. O novo governo está repondo.
Ainda assim, Zema usou o encontro para rebater a fala do presidente Lula, um dia antes, de que ele nunca foi a Brasília para discutir a dívida. Nesse post, deixou provocação em hashtag, afirmando que “mentira tem perna longa”. O artifício deixou Haddad com as veias do pescoço estufadas e soltando impropérios, afirmando que não queria mais saber de Minas e de seus problemas. De novo, Pacheco colocou panos quentes e salvou Minas, convencendo Haddad a ignorar as armações do governador mineiro.
Não satisfeito, Zema voltou à carga, no dia 6 passado, e chamou o plano de “falação e pouca ação”. Desta vez, Haddad saiu em defesa de Pacheco ao rebater o que chamou de “desaforo” e ingratidão do governador em criticar a única autoridade que tenta ajudar o governo dele. Daqui pra frente, com as negociações abertas, a vigilância será redobrada contra as pegadinhas e cascas de banana que virão por aí. Zema vai insistir.
Já em outro vídeo e texto do dia 14 último, Zema ‘comemorou’ o desfecho do acordo, agradecendo a Tadeu Leite e ao presidente do Senado, mas não cita o nome dele. No agradecimento, esqueceu-se do secretário de Governo, Gustavo Valadares, e dos líderes na Assembleia, que carregaram o desgaste do suspenso RRF.
No encontro com a oposição a Zema, em Brasília, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmou o empenho em construir a alternativa para a dívida de Minas, mas só a partir do mês que vem. Naquele momento, Haddad estava concentrado na aprovação da reforma tributária e projetos sobre site de apostas. Na primeira ou segunda quinzena de janeiro, irá se debruçar sobre o caso de Minas.
Tem gente morrendo de medo da federalização da Codemig (poderosa estatal do nióbio), como prevê a renegociação da dívida de Minas. O receio maior estaria em eventual auditoria de contratos, com direito a privilégios inconfessáveis.
(*) Coluna publicada no jornal Estado de Minas
Alguns aspectos chamam atenção na Assembleia Geral Ordinária (AGO) dos acionistas da holding Alpargatas S.A. realizada…
Quase todo dia, um nome se assanha para ser candidato a governador ou a presidente,…
O 12º Prêmio Sebrae de Jornalismo (PSJ), um dos maiores prêmios em Minas Gerais, está…
Sem partido e sem equipe, o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil se lançou, na…
O técnico do futebol europeu mega campeão Carlo Ancelotti, do Real Madrid, chegará daqui a…
O Brasil continua pequeno, brasilzinho, no cenário internacional. Será que o Ministério das Relações Exteriores,…