Zema e o então ministro Ricardo Salles, foto Gil Leonardi/Imprensa MG
Tragédia de Mariana (Região Central), 19 mortos, distritos destruídos e uma economia e meio ambiente arrasados; quatro anos depois, em 2019, tragédia em Brumadinho (Grande BH). Nessa, o saldo foi de 270 mortos, vários distritos arrasadas assim como a economia e o meio ambiente a região.
Depois de manifestações de solidariedade e de consternações, os defensores da mineração, tendo à frente o governador Romeu Zema (Novo) e lideranças empresarias voltam ao ataque. Dizem que a atividade não é uma maldição, mas uma benção para Minas. Após as tragédias, no entanto, não mudaram um milímetro sequer no quesito segurança e sustentabilidade.
Como defendeu o arcebispo de BH, dom Walmor de Oliveira, que também é presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), falta o aprendizado. “A autorização para empreendimento minerário na Serra do Curral é grave indicativo de que nova compreensão ambiental precisa inspirar o poder público”, pontuou ele.
Zema, no entanto, quer censurá-lo e a todos que se manifestam sobre a licença ambiental concedida por não serem especialistas. Disse o governador que quem não entende do assunto deveria ficar calado. Por sua manifestação, tudo indica que considera que cabe à população e entidades ambientalistas apenas reagirem na tragédia, contando perdas, prejuízos e mortos. Aí sim, o direito de manifestação deve estar garantido na avaliação do governador.
Com a licença concedida, Zema pode levar Belo Horizonte, com a mineração, a mudar de nome para Horizonte Perdido. Não será aquele Horizonte Perdido de sua cidade natal, Araxá, onde um atrativo turístico de mesmo nome atrai amantes da natureza e do voo livre, na Serra da Bocaina, no complexo da Serra da Canastra, a mais de 1.300 metros de altitude. Também não deverá lembrar aquele filme de 1973 no qual sobreviventes de acidente de avião caem próximo de um lugar maravilhoso chamado Shangri-La.
Tudo somado, foi mais uma fala infeliz do governador. Depois de atropelar literalmente a capital, sua prefeitura e o novo prefeito Fuad Noman, que confirmou que não foi consultado sequer ouvido. Como aquele ministro de Bolsonaro (Ricardo Salles do meio ambiente em caixa baixa, já demitido), Zema quer passar a boiada sobre BH, ignorando restrições e limitações do meio ambiente. Ao mesmo tempo, dá satisfações aos seus seguidores, para dizer que, com ele, a coisa anda, ainda que atropele a prefeitura e o meio ambiente.
A pressa de Zema em autorizar a licença, da maneira como foi aprovada na calada da madrugada de sábado, só tem uma justificativa, de minerar a serra antes de seu tombamento. Essa outra iniciativa tem sido prorrogada por seu governo, que não convoca reunião do Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep). A denúncia foi feita pela deputada Ana Paula Siqueira (Rede), durante sessão na Assembleia que discutiu a “maldição” da mineração para cima do belo horizonte da capital. Ela encabeça pedido de CPI para investigar as razões de o processo de licenciamento ter “atropelado” o processo de tombamento da Serra do Curral. O pedido de investigação já conta com a assinatura de 20 parlamentares e precisa de mais seis para ser votado na Casa.
O governador ignora que também havia pareceres técnicos favoráveis antes do estouro das em Mariana (Região Central) e em Brumadinho (Grande BH), responsáveis pelo morticínio. Nem todos os corpos foram encontrados da última tragédia, há três anos, mas a ganância das mineradoras e de seus aliados querem voltar com a “maldição”.
A marca Hering e suas diversas fábricas são, e de forma conclusiva, controladas do Grupo…
Dezessete anos depois do último, o governo mineiro abriu concurso público para auditor fiscal da…
O Grupo Randon, de Caxias do Sul (RS), líder nacional em implementos rodoviários, definiu em…
Sítio arqueológico do Quilombo de Saracura foi encontrado no local das obras de estação da…
Por sua atuação municipalista, Julvan Lacerda, ex-presidente da Associação Mineira dos Municípios, foi homenageado com…
A pergunta acima foi feita, com muita propriedade, pelo Comitê Popular de Combate à Covid,…