Sinais trocados na política mineira. Menos de quatro meses após a eleição de outubro, o governador Romeu Zema (Novo) se disse “traído” pelo PL, partido a quem “deu sangue” naquela disputa. O partido de Bolsonaro decidiu, na semana passada, trocar o candidato de Zema pelo da oposição na disputa pela Presidência da Assembleia Legislativa. Deverá se unir ao PT de Lula para derrotar o ex-aliado Zema. Mais curioso, o partido que o governador derrotou na eleição, o PSD do rival Alexandre Kalil, une-se a ele agora, indicando ainda o candidato a presidente do Legislativo mineiro.
Esse é o novo cenário da disputa a 10 dias da eleição que irá eleger o próximo presidente da Assembleia, cargo que o governo mineiro considera imprescindível à sua governabilidade. Os aliados atribuem o insucesso da gestão anterior ao que chamam de boicote do presidente da Assembleia, Agostinho Patrus (PSD), que não teria pautado os projetos de Zema para votação.
Na eleição na qual tornou-se o terceiro governador a ser reeleito em Minas, Zema entrou de corpo e alma, no segundo turno, em defesa da reeleição presidencial de Bolsonaro em Minas. Baixou em 4 milhões a desvantagem do então aliado, mas não foi suficiente para vencer o petista Lula. Zema diz ainda que ajudou muitos deputados do PL a se reelegerem. Conheceu, agora, a sua primeira traição na vida política. Sete dos nove deputados desse partido debandaram para o candidato da oposição. Aborrecido, ele não quer nem saber mais de apoiar eventual candidatura a prefeito de Belo Horizonte do deputado Bruno Engler (PL) no ano que vem.
A maioria da bancada do PL fechou com Tadeuzinho (MDB) depois que seu próprio candidato, Antonio Carlos Arantes, foi preterido pelo governo. Eles reagiram à imposição governista. Para compensar a infidelidade que aborreceu Zema, ele ganhou o reforço de nada menos do que um partido rival, o PSD de Alexandre Kalil que ele derrotou em sua reeleição. Com isso, o candidato de Zema também mudou. Sai Roberto Andrade (Patriota) e entra Duarte Bechir (PSD), com o incentivo do presidente regional de seu partido e ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira.
A saída de Andrade foi o preço a ser pago para garantir a aliança com o PSD. Dizem que o partido ensaiava apenas apoiar o candidato de Zema, mas que recou depois da trapalhada do governador que fez ataque gratuito ao governo federal. Ele acusou o governo federal, sem provas, de fazer “vista grossa” ante os atentados golpistas do dia 8 de janeiro para “se fazer de vítima”. O ataque provocou a reação de Silveira, que é ministro de Lula e disse, à época, que há muito não ouvia tamanho absurdo.
Os ânimos se agitaram. Ante o risco de derrota, o governador aceitou entregar a cabeça de chapa para o PSD de Alexandre Silveira, que é pré-candidato a governador em 2026. Se a operação der certo, Zema não terá, como queria, o controle político do Legislativo mineiro, mas poderá ser controlado.
Os erros estratégicos não foram cometidos apenas pelo governador. Seu secretário de coordenação política, Igor Etto, o levou a cometer gafes institucionais e constrangedoras nas nomeações de cargos menos técnicos. Como sabido, o de reitor da Unimontes e comando do Estado Maior da PM. Ambos candidatos foram convidados e desconvidados. Os desacertos resultaram na mudança do candidato na busca de votos. Operação de risco e sem garantias.
Hoje, o governo diz ter 40 votos contra 34 de Tadeuzinho; dois estariam indefinidos. Pode crescer, como pode ter também efeito contrário. O pessoal de Tadeuzinho não divulga nada, apostando no silêncio dos bastidores. Quando lançou Roberto Andrade, Igor Etto dizia aos deputados que a eleição dele seria uma questão de “vida ou morte”. Andrade está fora da disputa e a sobrevida de Igor está em jogo. Com novo candidato, cada um dos deputados terá que ser chamado de novo para reafirmar o voto e as contrapartidas do apoio político. Os votos do candidato governista é mais do governo do que do próprio candidato. Daí a crença na transferência de votos.
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