Economia

Alta taxa de juros impõe inadimplência maior em Belo Horizonte

A elevação da inadimplência, em fevereiro, pode ser influenciada por diversos fatores econômicos e financeiros, entre eles a inflação e a taxa de juros elevadas. Levantamento da CDL/BH mostra que idosos são os que mais devem. Em contrapartida, os jovens possuem mais dívidas por CPF. Valor médio das dívidas é de R$ 4 mil.

A população de 65 anos a 95 anos acumula maior concentração de dívidas, 13,62%, refletindo o volume de contas principais da casa, redução da renda ao aposentar e despesas mais altas com saúde. Os jovens entre 18 e 24 anos representam a faixa populacional com menor concentração de dívidas: -2,12%. Este grupo etário ocupou a maior parte das vagas de empregos geradas no período, aumentaram a renda e, consequentemente, tiveram melhora na capacidade de pagamento. Esses fatores permitiram a quitação e/ou negociação de contratos atrasados, avaliam os pesquisadores.

Desigualdade de gênero

Em relação ao gênero, a inadimplência aumentou para as mulheres em 2,68% no mês de fevereiro em comparação ao mesmo período do ano passado. Entre os homens, o indicador ficou em 1,71%.

A inadimplência entre as mulheres é explicada por dois fatores. Elas vivenciam uma maior taxa de desocupação, sendo 9% para o gênero feminino e 5,7% para o masculino. Além disso, o rendimento dos homens é 36,25% superior ao das mulheres, sendo a média salarial de R$ 4.225, para eles e R$ 3.221, para elas.

Jovens têm mais dívidas

O indicador do número de dívidas por CPF no mês de fevereiro de 2023 registrou 12,67%. No mesmo período de 2022, o índice estava em 8,76%. Na comparação mensal (Fev.23/Jan.23), houve um avanço no número de dívidas por pessoa, sendo que em fevereiro o índice era de 1,51% e, em janeiro, -0,1%.

Neste recorte, os jovens entre 25 e 29 anos concentram o maior número de dívidas por CPF (19,78%). Já os adultos entre 65 e 94 anos possuem a menor quantidade, com 10,85%.

“Essa ampliação do volume de dívidas entre os jovens ocorre pelo número de contratos inadimplentes dos créditos educativos, custo do cartão de crédito e da alta taxa de juros vigente na economia. Tudo isso tem dificultado a negociação dos valores de financiamento estudantil e demais contratos”. A afirmação é da economista da Câmara de Dirigentes Lojistas de BH, Ana Paula Bastos.

Capacidade reduzida

De acordo com os dados da pesquisa, o indicador cresceu 0,57% em comparação a janeiro. Este é o maior avanço para o período desde 2019. “A capacidade de pagamento dos consumidores da capital mineira está reduzida, ou seja, aumentou o número de devedores. A inflação alta em fevereiro e o carnaval diminuíram a capacidade de pagamento das famílias levando a dificuldades de honrar os seus compromissos financeiros”, reforçou o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.

Na variação anual (Fev.23/Fev.22), também foi registrado um aumento para o indicador. Sendo que, em fevereiro deste ano, a inadimplência apontou 3,56% e, no mesmo mês de 2022, 2,82%. O valor médio das dívidas por devedor ficou em R$ 4.389,21 no mês de fevereiro.

Altos e baixos

No último ano, os meses de setembro e outubro foram estáveis na proporção de inadimplentes, com uma variação de 0,26% casa. Contudo, em novembro, houve um aumento de 1,83% na base de inadimplentes em comparação a outubro. Em dezembro, a inadimplência voltou a apresentar uma queda, com -0,81%, seguida de outra queda em janeiro de 2023, com -0,83%.

“Essa elevação da inadimplência pode ser influenciada por diversos fatores econômicos e financeiros, como a situação do mercado de trabalho, o nível de endividamento das famílias, a inflação e a taxa de juros elevadas”, detalhou a economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos.

Maioria reprova taxa de juros

De acordo com outra pesquisa do Data Folha, 80% dos entrevistados – considerou que o presidente Lula está agindo bem ao pressionar o Banco Central a reduzir os juros. Outros 16% acham que o presidente age mal, e 5% não souberam responder. A sondagem foi realizada nos dias 29 e 30 de março. Foram realizadas 2.028 entrevistas em todo o Brasil, distribuídas em 126 municípios. A margem de erro máxima para o total da amostra é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.

Orion Teixeira

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