O edifício-sede do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e o anexo (BDMG Cultural) estão penhorados à Fazenda Nacional. Servem como garantia em débitos contestados pelo banco referentes ao Imposto de Renda (IRPJ) nos exercícios de 1997 e 1998. No final de 2020, os saldos dessas ações somavam de R$ 71,990 milhões.
O banco optou por não realizar provisionamento contábil nem contratar garantias. A instituição tem 90,86% do capital sob controle direto do Governo de Minas (Tesouro Estadual).
A diretoria esclarece que, para essas contestações no IRPJ, não realizou provisionamento contábil “em razão de sua perda estar avaliada como risco remoto”. Em imóveis em uso, a instituição possuía, em 31 de dezembro, R$ 43,881 milhões. Mas, aplicada depreciação (R$ 28,585 milhões), o valor líquido era de R$ 15,296 milhões. Porém, incluindo outras imobilizações, tinham cobertura em apólice de seguro R$ 51,7 milhões.
Na carteira “outros ativos”, o BDMG apresenta, nas “Demonstrações Financeiras – 2020”, R$ 81,8 milhões em “bens não de uso próprio mantidos para venda”. Porém, feita compensação entre receitas e despesas, baixaram para R$ 77,2 milhões.
O BDMG lista outras ações fiscais – Cofins e PIS/Pasep. Estas, todavia, provisionadas de diversas modalidades e total de R$ 187,983 milhões. Algumas contestações retroagem ao exercício fiscal de 2005. Esses débitos (provisionados e não, com garantias imobiliárias e apólice de seguro) foram avaliados com riscos de perdas variados (remoto, risco possível e de perda possível).
Em débitos atrelados à ações judiciais, o BDMG apresentou provisões (fiscais, trabalhistas, cíveis, atuariais e diversas) totais de R$ 655,736 milhões (31/12/20). O peso maior, todavia, eram obrigações atuariais (Plano de Previdência, Programa de Saúde e Seguro dos empregados), de R$ 427,145 milhões.
No final de 2020, o banco mineiro estava com saldo de R$ 6,047 bilhões na carteira de crédito, então, superior 34,8% a 2019. Os vencimentos se estendiam por 5.400 dias, ou seja, 14,7 anos. O BDMG fez provisão de R$ 564,836 milhões para encarar enfrentar crédito em liquidação duvidosa. Isso representou elevação de 30,5%. Dessa forma, o saldo líquido da carteira estava em R$ 5,482 bilhões.
A carteira estava composta por R$ 3,304 bilhões de recursos próprios e, R$ 2,742 bilhões, repasses de outros órgãos financeiros nacionais e internacionais. Os créditos renegociados totalizavam R$ 1,962 bilhão (R$ 926 milhões, em 2019).
O gráfico para de operações “vencidas em dias”, em 2020, apresentava R$ 1,263 bilhão, na contagem de 91 a 360, em 2020.
Os depósitos do BDMG, de R$ 808,6 milhões, tinham R$ 601 milhões em operações interfinanceiras, seguidas por DGPEs (depósitos a prazo com garantia especial), de R$ 528 milhões. Em depósitos a prazo, R$ 207,6 milhões.
Mesmo com o cenário da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), em 2020, o BDMG apurou R$ 726,857 milhões em receitas com as intermediações financeiras. Alta nominal, portanto, de 18,66% sobre 2019. Do resultado, 86% com as operações de crédito.
Todavia, o resultado final exibiu queda espetacular de 70,6% no lucro líquido: R$ 84,1 milhões, em 2019, para R$ 25,5 milhões. Ou seja, de forma isolada, mal cobriria as provisões para ações judiciais com obrigações previstas, neste exercício, de R$ 25,158 milhões.
Mesmo com a perda de lucro, o patrimônio líquido do BDMG cresceu 6,4%, para R$ 1,937 bilhão. Cabe observar, porém, que foi contabilizado abaixo do capital social, de R$ 2,111 bilhões. Ou seja, o banco fez deduções de prejuízos acumulados e outros resultados negativos – R$ 173 milhões – e manteve o capital inalterado, irreal. No ano passado, o Governo de Minas fez aporte de capital de R$ 100 milhões.
Sem conectar os reflexos das liberações bilionárias emergenciais do da União, de contenção aos efeitos da Covid-19, que mantiveram a irrigação dos créditos, o BDMG festejou um “desembolso recorde” com recursos “majoritariamente próprios”. Assim, destacou crescimento de 343% sobre 2019 nas operações com as MPEs – micro e pequenas empresas. Com os repasses federais, totalizaram R$ 650,1 milhões – 23% do saldo anual dos financiamentos da instituição.
Nesse recorde, a Diretoria informou desembolso de R$ 2,850 bilhões, em 2020. Portanto, crescimento nominal (não desinflacionado) de 118% sobre o exercício anterior. Mesmo com a crise (ou por causa dela), o numero de clientes atendidos deu salto de 165%, para 13.462, sendo 12.801 MPEs.
A agroindústria absorveu R$ 953 milhões das operações do BDMG – participação de 33% e 52% superiores a 2019. O Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), BNDES e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) responderam por 49% dos recursos oferecidos. Só do Funcafé, R$ 453 milhões.
Mas, diante do cenário da crise, manteve, no 4T20, maior critério de seletividade nos créditos, além de ações de “prevenção de fraudes externas”. Mesmo assim, o balanço mostra evolução de 27%, para R$ 161,8 milhões, na rubrica de “provisões para perdas esperadas ao risco de crédito” no ativo circulante – para o exercício fiscal atual. Porém, na demonstração do fluxo de caixa das atividades operacionais, a provisão é bem superior: R$ 205,4 milhões. Ficou 99% acima do exercício fiscal anterior.
De qualquer forma, o banco apresentou liquidez, em 31 de dezembro, inspirando tranquilidade formal à diretoria: R$ 1,811 bilhão de passivo circulante para R$ 3,464 bilhões no ativo circulante. Isto é, R$ 1,92 de receita para cada R$ 1,00 de compromisso.
Pela plataforma on line, o banco estatal liberou R$ 889 milhões. Do montante, as MPEs contrataram 96%. A modalidade atendeu 12.830 tomadores de créditos – 182% a mais que em 2019.
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É óbvio que a lucratividade do banco diminuiu pois fez mais empréstimos por conta do corona com juros menores. Eu posso comprovar isso pq sou comerciante no interior e consegui giro do BDMG pra me manter. Então se empresta mais pra qum precisa com juro menor é obvio que o lucro ia cair. Estranho seria se o banco emprestasse menos, com juro alto e crescesse o lucro numa época de pandemia