Para COP27, a Conferência do Clima, a Organização das Nações Unidas (ONU) leva histórico de fracassos como mediadora e bloco que impõe respeito às potências bélicas. A Conferência, aberta ontem (06/11), em Sharm el-Sheikh, no Egito, portanto, se repete em longas e cansativas agendas mofadas pelo tempo: evitar aquecimento do planeta de forma acelerada e ajudar aos povos mais pobres.
O nome do evento é pomposo: Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática. O local onde rola a edição 2022 é um paraíso de resorts. Endereço escolhido por magnatas. E o agente que mais ameaça o planeta no momento, o ditador da Rússia, Vladimir Putin, com a segunda invasão e bombardeios à Ucrânia, não entrou, com todo peso, no alvo central das discussões.
A retórica, portanto, não muda.
Sharm-el-Sheikh nunca receberia levas da pobreza global. Mas, foi lá que a ONU escolheu como palco ditar regras para povos mais miseráveis. Se, de fato, quisesse uma COP27 diferente, sem o rosário de erros das 26 anteriores, a Organização se deslocaria dois a três mil quilômetros ao Sul, no sentido da África Central.
Em qualquer dos países da África Central, a ONU concluiria que os US$ 100 bilhões, em fundo anunciado (e não concretizado) em 2009, para ajudar pobres na mitigação dos crimes ambientais seriam insuficientes. O valor não atenderia, portanto, nem à metas em países em desenvolvimento nem aos pedidos no pires estendido por nações pobres em um ano.
Oito anos depois, em junho de 2017, portanto, reportagem da revista IstoÉ Dinheiro, com fontes diluídas (“segundo cálculos das ONGs”), apontava conta bem mais salgada. O planeta teria urgência em US$ 6,7 trilhões (veja no link que segue).
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O Brasil dos protestos contra os próprios governos brasileiros não evoluiu. E, portanto, serve a salada tropical com cardápio de sempre:
O time brasileiro de 2022 terá o presidente recém-eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como atração mundial. Certamente, estará entre os mais fotografados. Os eventos da ONU, nessas badalações, superam as noites de entregas do Oscar, na The Academy Awards.
Contudo, os brasileiros simpatizantes aos vencedores das eleições e que protestam (ou protestavam) na questão ambiental escondem que foi o segundo governo Lula que abriu largas porteiras em glebas econômicas na Amazônia. O político maquiou, em sentido oposto, com alguns vetos do faz de conta. Mas, cedeu no básico às pressões das bancadas dos ruralistas (agribusiness) e das mineradoras, via Congresso Nacional.
Em paralelo, portanto, o capital de fora e as tradings da soja e carne, principalmente, fizeram seus banquetes. Os empresários do agronegócio e mineração seguiram a farra do boi. E veio o descontrole no Governo Dilma (PT – 2011/2016), que seguia as orientações (buscava direto em São Bernardo do Campo) de Lula. Veja em “Amazônia legal (da China)“.
A Conferência do Clima, porém, não estragará a festa do político brasileiro. Não haverá, portanto, água no chopp. Está decretado que o momento será só para festa do brasileiro ilustre.
Mesmo clima, porém, é vetado ao atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), derrotado por Lula em no domingo 30/10. O chefe do Planalto, entretanto, fez por onde. Ele deixará, daqui a 55 dias, um fichário de atos administrativos criminosos: tolerância e estímulo a toda natureza de destruição e invasão da Amazônia; mortes de quase 690 mil cidadãos de Covid-19, pelo atraso no socorro; vendas de armas de fogo em escala e tolerância à propagação de milícias; casos de corrupção envolvendo pastores evangélicos; ameaças constantes à integridade das mulheres; etc.
Bolsonaro, então, sem surpresas, poderá repetir a ausência ao Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, em maio. Na oportunidade, fugiu os ataques nas pautas da Amazônia e Covid-19.
Putin também não esteve em Davos. O ditador foi banido (vontade dos países do Ocidente) em represália à invasão da Ucrânia.
A pergunta, para este final de 2º dia da Conferência do Clima é: que fato novo terá, por exemplo, chance de sair do papel antes mesmo do término da COP27, em 18/11?
Por enquanto, a única certeza é a de que a ONU escolheu um dos pontos turísticos mais badalados do planeta para os representantes de cerca de 190 países, incluindo os pobres. Ou seja, como se classifica no guichê das agências de riscos financeiros, o turismo A+A está garantido.
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