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Se Lula for à COP27, Bolsonaro fica em casa

  • por | publicado: 01/11/2022 - 12:47 | atualizado: 07/11/2022 - 09:50

Imagem do incêndio que atingiu o Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro, no Pantanal, em novembro de 2019 - Crédito: Chico Ribeiro/Gov MS/Ilustrou matéria da Agência Brasil (EBC)

(No começo da tarde, o PT informou que Lula irá à Conferência)

As mentiras oficiais do Governo Bolsonaro e calamidades mancharam mais a falta de políticas públicas do Brasil nas áreas ambiental e da saúde. O fardo dessas marcas e a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), domingo (30/10), praticamente sepultam a agenda internacional do presidente Jair Bolsonaro, até o 31 de dezembro. Portanto, não surpreenderá a ausência na COP27, a 27ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. A bem da verdade, será até positiva, pois, a presença dele nada acrescentaria às tentativas (que nunca saem do papel) de melhoria da imagem do país.

Crimes ambientais desde Lula; agravados com Bolsonaro

Desde que Bolsonaro assumiu (01/01/2019), o mundo assiste, via satélite, sucessivas queimadas, desmatamentos e invasões de garimpeiros em áreas de preservação permanente e de nações indígenas na Amazônia. Mas, justiça seja feita, esse coletivo vem dos Governos Sarney (1985-1990), Collor/Itamar (1990-94), Fernando Henrique (1995-2002), Lula (2003-2010), Dilma/Temer (2011-2018).

Única diferença entre Bolsonaro e os demais presidentes é a de que sempre negou, mesmo com fumaças das queimadas no Pantanal e Amazônia sufocando seus pulmões. Uma dessas sessões de mentiras foi na Cúpula de Líderes sobre o Clima, convocada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Reuniu, de forma virtual, ao vivo, 40 chefes de Estado e governos. Por dois dias, 22 e 23 de abril de 2021, traçaram metas, maioria para até 2030.

Além de negar descasos de seu Governo, Bolsonaro abriu uma fictícia agenda de ações futuras e de liberação de verbas para vigilância e proteção da Floresta Amazônica. Biden, para não figurar como cúmplice na história, naquele momento, saiu do estúdio em que se encontrava, na Casa Banca, momentos antes da fala do presidente brasileiro.

Egito oficializa convite a Lula; encolhe m2 para Bolsonaro

Como consequência da derrota, na tentativa de conquistar um 2º mandato, para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro tende, então, a não comparecer à cúpula da COP27. A Conferência, em Sharm el-Sheikh, no Egito, terá agendas de 06 a 18 deste mês.

Imagem divulgada pelo Governo Federal, em portal do ICMBio, sobre o Parque Nacional do Jaú. Acesse AQUI

Cerca de 100 líderes mundiais confirmaram participação. Mas, até o final da manhã desta terça (01/11), o Planalto não confirmava a viagem do presidente.

O futuro mandatário do Brasil, de acordo sua assessoria, recebeu convites de delegações paralelas à comitiva do Governo. Entre estes, via governador do Pará, Helder Barbalho, da missão do Consórcio Amazônia Legal – grupo de Estados amazônicos. O petista, porém, ainda avalia a presença. Mas, também de acordo com seus assessores, é certo que terá um representante.

O portal UOL noticiou que o presidente do Egito, Abdel Fattal El Sisi, fez convite direto ao líder do PT. Se comparecer, evidentemente, Lula geraria desconforto a Bolsonaro no ambiente da COP27.

Menosprezo à importância do Brasil na COP-27

Um retrato falado do clima político negativo para Bolsonaro é, por exemplo, o tamanho da comitiva oficial do país no Egito. O jornal ambiental eletrônico ((o))eco, apurou que o Planalto, até terça (25/10), tinha inscritos 52 funcionários de ministérios (Meio Ambiente, Agricultura, Trabalho e Economia), da Secretaria de Governo e universidades federais. Contrasta, em muito, portanto, com a participação na COP26, ano passado: 479.

A CEPAL realizará a Conferência de Parlamentares Latino-americanos e do Caribe, no âmbito das inciativas de financiamento para questões do clima. Senado brasileiro, entretanto, seguirá com balanço negativo para os compromissos da COP26.

Negacionismo na Covid-19; imposição fracassada da cloroquina

Na Saúde, Bolsonaro atrasou, desde o 1º trimestre de 2020, medidas preventivas urgentes para conter a expansão da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Depois, no auge da catástrofe, atuou como agente dificultador Nº 1 no socorro emergencial da população.

Além disso, o presidente fez pregação em vídeos (lives, de dentro do Planalto e Alvorada), em público e discursos em eventos oficiais contra isolamento social. Contrariou, então, medida ampla em países democráticos e até na China, onde surgiu a pandemia, em fins de 2019.

Sepultamentos em valas (jan/2021) comuns no Cemitério de Manaus. Ilustrou nota Câmara dos Deputados em junho de 2022 – Crédito: Allex Pazuello/Prefeitura de Manaus. Acesse AQUI.

Numa sequência de posturas de abandono da população, Bolsonaro criou outras barreiras, principalmente de verbas, nas entregas de equipamentos urgentes. E, por fim, seu governo retardou ao máximo autorizações para compras das vacinas. Depois, surgiram denúncias de tentativas de subornos nas compras oficiais.

Triunvirato do abandono do povo

Tanto Bolsonaro quanto seus terceiro e quarto ministros (e interventor) da Saúde, general da ativa Eduardo Pazuello, (eleito deputado federal no PL-RJ) e o cardiologista Marcelo Queiroga, quiseram impor protocolos na contramão do mundo civilizado. Por exemplo, o tratamento da Covid-19 via hidroxicloroquina. Isso contrariou recomendação oposta da Organização Mundial da Saúde (OMS/ONU), por falta de comprovação científica de sua eficácia.

Mesmo assim, Bolsonaro e Pazuello importaram cloroquina da Índia. E Queiroga manteve o protocolo para o SUS, mesmo com a Anvisa seguindo orientação da OMS.

Quase 690 mil mortes pela Covid-19

Mesmo com a contrariedade da opinião pública, principalmente de algumas personalidades respeitadas da saúde, a cloroquina foi ministrada. Não, porém, em escala como desejavam Bolsonaro, Pazuello e Queiroga. Casos foram registrados tanto na área pública quanto em hospitais particulares.

As atitudes absurdas dos três teriam, portanto, contribuído enormemente nos colapsos na Rede do SUS. Os casos mais alarmantes foram Manaus, em 2020, 2021 e 2022.

Bolsonaro, Pazuello e Queiroga são apontados nos relatórios da CPI da Covid-19, do Senado, como responsáveis principais pelo rastro de 688.157 mortes por Covid-19 (Fonte: Ministério da Saúde – 31/10/2022). O Brasil, de acordo com a OMS, é o 2º no mundo em mortes pela pandemia, depois dos EUA e Índia.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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