Acionistas da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa MG) referendarão em AGO e AGE, convocadas para sexta (29/04), investimentos de R$ 1,395 bilhão neste exercício. Para subsidiária Copasa Serviços de Saneamento Integrado do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Copanor), o orçamento é de R$ 47,470 milhões.
Os administradores apresentam, no manual de instrução, liquidez corrente (relação ativo circulante/passivo circulante) favorável, de 1,34. O índice do endividamento líquido sobre Ebitda (geração de caixa), era 1,7, ou seja, bem abaixo do limite 3,0, definido no Estatuto. A Copasa é estatal de capital misto controlada pelo Governo de Minas Gerais, ou seja, com ações na Bolsa de Valores.
No final de 2021, a companhia lançou no balanço consolidado dívida bruta contábil (empréstimos, financiamentos e debêntures) de R$ 3,985 bilhões. Disso, R$ 800 milhões em compromissos no curto prazo (vencimento em 2022) e R$ 3,185 bilhões no longo. Mas, após deduções de caixa e equivalentes de caixa (R$ 1,279 bilhão), exibia endividamento líquido de R$ 2,705 bilhões. Encerrou 2021 com Ebitda de R$ 1,595 bilhão.
Os executivos da Copasa asseguram, no entanto, que a empresa apresenta estrutura de capital giro suficiente para manter compromissos de mercado. Além disso, contaria com a combinação “geração de caixa prevista e os recursos orioundos de empréstimos de terceiros”. Esse conjunto, portanto, suportaria exigências de financiamento às atividades e “necessidade de recursos” nos próximos 12 meses.
Empresa enfrenta, entretanto, mesmos desafios de outras companhias: viabilizar demanda por água potável.
Copasa tem capacidade financeira; Copanor leva bomba
A diretoria da estatal propõe manter mesmas fontes dos recursos de longo prazo: linhas oficiais de saneamento (Caixa e BNDES), bancos de fomento internacionais (KfW e BEI) e mercado de capitais brasileiro (debêntures). Salienta, que, em fins de 2021, tinha saldo contratado, mas não sacado, de R$ 1,68 bilhão junto ao BNDES, Caixa, FGTS, BEI (Banco Europeu de Investimento) e KfW (da Alemanha).
Os acionistas votarão, também, destinação do lucro líquido de 2021, R$ 537,587 milhões. O resultado foi, portanto, 34,16% inferior ao anterior, de R$ 816,477 milhões. A proposta é: R$ 282,7 milhões (2020, R$ 228,026 milhões) em dividendos (já pagos); R$ 215,2 milhões, reserva de lucros retidos; R$ 12,8 milhões, reserva de incentivos fiscais (R$ 11,6 milhões – Sudene)
Em mais uma decisão colegiada, no dia 18/04, a Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário (Arsae-MG) determinou que Copasa e Copanor devolvam tarifárias a consumidores em três mercados. Motivo: cobrança por serviços de esgotamento sanitário não prestados. Essas decisões na agência contra a estatal estão virando rotina.
Aos consumidores de Belo Horizonte e Contagem, contemplados no Processo Administrativo Nº 041/2021, a Gerência de Fiscalização Econômica (GEF) apontou, em valores de janeiro, R$ 9.806.828,59. Mas, essas cifras serão corrigidas de formas diferentes, dependendo das épocas das cobranças: IPCA + juros de 1% ao mês ou Selic.
A Copanor, conforme o Processo Administrativo nº 038/2021, a preços de novembro de 2021, devolverá R$ 8.751,55 a consumidores de Angelândia. O valor será corrigido por IPCA + juros de 1% ao mês.
Os consumidores da Copasa e Copanor poderão escolher a forma do ressarcimento: depósito bancário ou dedução dos valores nas tarifas seguintes.
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