Economia

Itaú Unibanco não investirá nem contribuirá com R$ 400 bi

O Itaú Unibanco não fará as bondades que o noticiário interpretou a partir do Comunicado ao Mercado do banco, nesta quarta (16/06). Maior instituição financeira da América Latina, o banco informou que “estabeleceu o compromisso de contribuir com R$ 400 bilhões” até 2025. E que, portanto, fará isso “como parte da evolução de suas práticas ESG (ambientais, sociais e de governança, da sigla em inglês)”.

Porém, logo na abertura do Comunicado está, em destaque, que trata-se de “concessão de crédito”.

O banco, todavia, não afirma que fará doações contribuições sem retorno do seu capital. E deixou muito claro, portanto, que seus R$ 400 bilhões sairão de suas linhas de créditos instituídas. Ou seja, Itaú Unibanco não criará um banco para doar bilhões.

A título de raciocínio é bom lembrar qual foi o lucro líquido do Itaú Unibano em 2020: R$ 18,536 bilhões. Esse resultado foi, portanto, 34,6% nominais abaixo do apresentado no exercício de 2019.

Itaú definiu condicionantes

A forma como pretende injetar quatro centenas de bilhões de reais, a partir da sua carteira de “práticas ESG”, foi definida em “três principais frentes”:

  • (i) concessão de crédito em setores de impacto positivo na sociedade (tais como serviços de energias, saúde, educação e obras de infraestrutura, entre outros),
  • (ii) estruturação de operações de mercado com selo ESG para os nossos clientes, como ESG bonds, ESG loans e debêntures verdes, e
  • (iii) produtos ESG para o varejo, como financiamento de carros elétricos/híbridos, painéis solares, microcrédito, entre outros.

Mesmo assim, houve publicidade apressada ao Comunicado do Mercado do banco. O noticiado foi que o “Itaú irá destinar…”; “… promete…”; “…anuncia investimento…”; “… contribuirá…”.

Nada disso, porém, ocorrerá. Ou seja, em definitivo, não fará as caridades dos bancos oficiais – BNDES, Caixa e Banco do Brasil. E é bom relembrar, entretanto, que até o próprio BNDES tem sido bem seletivo nos créditos. Portanto, nem os agentes do Governo dão mole neste cenário persistente da recessão da Covid.

Nairo Alméri

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