Henrique Meirelles, ex-presidente do BC nos Governos Lula, fez bingo com encontro do petista e empresariado. Foto ilustrativa - Crédito: Fábio Pozzebom/Agência Brasil
O ex-ministro (Fazenda) Henrique Meirelles colocou os dois pés no vértice de um ípsilon para seu futuro em 2023. Numa rota, ele pôs suas cartas na reaproximação ao primeiro colocado nas pesquisas para eleições presidenciais, domingo (02/10), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Isso traduz investimento em candidatura para eventual retorno a posto na Esplanada dos Ministérios.
A outra via, Meirelles já tem posto assegurado: convite e/ou indicação para o Conselho Consultivo da Nº 1 do mundo em criptomoedas, a Binance, dona a aceleradora de startups Binance Labs, da China. O convite foi confirmado pelo próprio ex-ministro.
Mas, caso a tendência das pesquisas com eleitorado se confirme, a cronologia no currículo de Meirelles, a partir de 2002, leva a crer que abrirá mão à oferta chinesa.
No encontro, em 19/09, em São Paulo, com ex-candidatos derrotados à Presidência da República, Lula chamou seu ex-presidente do Banco Central para um pé do ouvido. Na sequência dos fatos noticiados, cresceu o volume de manifestações de apoio ao petista no empresariado, praia, portanto, na qual o economista surfa com facilidade.
Ontem (27/09), o candidato do PT participou de jantar com empresários. Meirelles, claro, estava lá. Bateram facas e garfos, de acordo com assessores políticos, mais de 130 convidados “empresários”. Entre estes, evidentemente, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o mineiro Josué Christiano Gomes da Silva, do Grupo Coteminas. O dirigente é filho José Alencar Gomes da Silva, ou seja, do ex-vice de Lula por duas temporadas.
O presidente da Fiesp recebeu (várias vezes) convite para reprisar o papel do pai, concorrendo na chapa do petista – na eleição e reeleição. Mas, agradeceu. Josué tem holofotes iluminando a disputa pela presidência da Confederação Nacional das Indústrias (CNI).
O colegiado da CNI é formado pelos presidentes das 27 federações dos estados e Distrito Federal. Mas, o peso regional é o Nordeste (Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí e Maranhão). Ou seja, onde Lula é influente. Somados aos votos do Norte (Acre, Amapá, Amazonas, Roraima, Rondônia, Pará e Tocantins), são 16 dos 27. Portanto, decidem facilmente os presidentes dentro da CNI.
A conversa marcada dia 19/09, pôs, então, mais liga na cautela do ex-ministro ao ser consultado sobre o ingresso na Binance: “… a proposta é interessante”. E que estaria “avaliando”. Na verdade, sua avaliação mirava o evento da semana passada e, principalmente, o jantar de ontem com empresários da indústria, agropecuária e serviços.
MATÉRIAS RELACIONADAS:
O Grupo Gerdau, até aqui, tem raia aberta para nadar de braçadas com os aços…
Numa avaliação antecipada, como acontece nas disputas políticas e eleitorais futuras, o prefeito de BH,…
A ministra Marina Silva (deputada federal Rede-SP) nunca foi ministra de Meio Ambiente de coragem.…
Ao apoiar a adesão ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), o…
Dos sete projetos do Propag que estão na pauta desta segunda-feira (26/5) na Assembleia Legislativa,…
A quinta-feira (22) não foi a lua de mel desejada pelo presidente Luiz Inácio Lula da…