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Meirelles de volta ao habitat: mercado financeiro

  • por | publicado: 05/09/2022 - 12:11 | atualizado: 06/09/2022 - 12:14

Meirelles, ex-ministro e ex-secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, fez carreira no antigo BankBoston. Crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O economista Henrique Meirelles entrará para o comando da corretora mundial Nº 1 em criptomoedas. O brasileiro integrará o time do Conselho Consultivo da Binance. A empresa foi fundada na China, em 2017, e opera a Binance Labs, importante aceleradora de startups.

À FolhaPress, Meirelles disse que está na fase de avaliação, mas que “a proposta é interessante”. Levará para o grupo chinês bagagem relevante de administrador: presidente do Banco Central (Governos Lula), Ministro da Fazenda (Governo Temer) e secretário da Fazenda de São Paulo (Governo Doria).

Muito antes, porém, dos cargos em governos do Brasil, sagrou-se como o primeiro brasileiro presidente do BankBoston no Brasil. Depois virou presidente mundial do Boston (mudou de nome). Após 28 anos de Boston, se aposentou em 2022 e retornou ao Brasil.

No mesmo ano do regresso, ingressou na política, via PSDB, e foi o deputado federal mais votado de Goiás: 180 mil votos.

A Binance Labs administra US$ 7,5 bilhões em ativos.

Meirelles foi moeda negociada para Governo Lula

Mas, Meirelles renunciou ao cargo, antes mesmo da diplomação. Ele cedeu a uma costura política internacional, pelo então presidente Fernando Henrique Cardosos (PSDB), que o colocava, então, como indicado ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para presidir BC. A negociação garantia aos credores brasileiros que o Governo do PT respeitaria e cumpriria acordos herdados. Assim, portanto, permaneceu no BC nas duas gestões de Lula, 2003-2010.

As negociações tiveram presença do então ministro da Fazenda de FHC (1995-2002), Pedro Malan. Antes desse cargo, o ex-ministro tucano foi exatamente o negociador-chefe da dívida brasileira, no Governo Fernando Collor (1991-1993) e presidente do BC (1993-1994). Ou seja, bem conhecido dos credores.

Pai do 1º banco digital do país

Depois que largou o BC, Meirelles presidiu o Conselho da J&F, holding das marcas Friboi, Seara, Vigor, Havaianas e outras. Na J&F, relançou o Banco Original em plataforma digital (1º banco digital do Brasil). Retornou à administração federal, para comandar Ministério da Fazenda no Governo Temer.

Fiasco de Meirelles nas eleições de 2018

Nesse portfólio de vencedor, entretanto, cravou, em 2018, um estrondoso fracasso. Naquele ano, gastando do próprio bolso, concorreu à Presidência da República, pelo MDB. Ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Meirelles declarou patrimônio de R$ 377,4 milhões. Mesmo com toda grana, não passou do 1º turno. Obteve irrisórios 1,20% dos votos válidos apurados (1.288.948), ou seja, sentou praça no 7º lugar.

Lembrado para vice

O economista é filiado, desde abril, ao partido União Brasil, largando o PSD. Mas, não é candidato a nada. Entretanto, em maio de 2021, figurou nas listas de prováveis opções de Lula para vice, que ao lado do atual presidente da Fiesp, Josué Christiano Gomes da Silva (Grupo Coteminas) e da empresária Luiza Trajano (Maganzie Luiza).

Mas, negociações políticas, vingou Geraldo Alckmin (PSB). Este foi governador de São Paulo pelo PSDB, ou seja, partido que é espinho nos sapatos do PT dentro do colégio eleitoral paulista.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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